sábado, 27 de dezembro de 2008

EM BUSCA DO MESTRE


Em Busca do Mestre

Aos ouvidos da Alma atormentada, que lhe pedia a comunhão com Jesus, respondeu, generoso, o mensageiro celestial:
- Sim, em verdade reconheces no Cristo o Senhor, mas não dispões a servi-lo...
Clamas por Ele, como sendo a Suma Compaixão, todavia, ainda te acomodas com a maldade...
Não te cansas de anunciá-lo por Luz dos Séculos, entretanto, não te afastas da sombra...
Dizes que Ele é o Amor Infinito, mas ainda te comprazes na agressividade e no ódio...
Afirmas aceitá-lo por Príncipe da Paz e não vacilas em favorecer a discórdia...
- Contudo – suplicou a Alma em pranto -, tenho fome de consolo, no aflitivo caminho em que se me alongam as provações... Que fazer para encontrar-lhe a presença redentora?!...
- Volta ao combate pela vitória do bem e não desfaleças! – acrescentou o emissário celeste. – Ele é teu Mestre, a Terra a tua escola, o corpo de carne a tua ferramenta e a luta a nossa sublime oportunidade de aprender. Se já lhe recolheste a lição, sê um traço dEle, cada dia... Ama sempre, ainda que a fogueira da perseguição te elimine a esperança, estende os braços ao próximo, sem esmorecer, ainda que o fel das circunstâncias adversas te envenene a taça de solidariedade e carinho!... Sê um raio de luz nas trevas e a mão abnegada que insiste no socorro fraternal, ainda mesmo nos lugares e nas situações em que os outros hajam desistido de auxiliar... Vai! Esquece-te e ajuda no silêncio, assim como no silêncio recolhes dEle o alento de cada instante! Não pretendas improvisar a santidade e nem esperes partilhar-lhe, de imediato, a glória sublime! Ouve! Basta que sejas um traço do Senhor, onde estiveres!...
Aos olhos da Alma supliciada desapareceu a figura do excelso dispensador dos Talentos Eternos.
Viu-se, de novo, religada ao corpo, sob desalento inexprimível...
Contudo, ergueu-se, enxugou os olhos doridos e, calando-se, procurou ser um traço do Mestre cada dia.
Correu, célere, o tempo.
Amou, tolerou, sofreu e engrandeceu-se...
O mundo feriu-a de mil modos, os invernos da experiência enrugaram-lhe a face e pratearam-lhe os cabelos, mas um momento surgiu em que os traços do Mestre como que se lhe gravaram no íntimo...
Viu Jesus, com todo o esplendor de sua beleza, no espelho da própria mente, no entanto, não disponha de palavras para transmitir aos outros qualquer notícia do divino milagre...
Sabia tão-somente que transportava no coração as estrelas da alegria e os tesouros do amor.

Meimei

(Do livro Instruções Psicofônicas, Diversos Espíritos/ mediunidade de Francisco Cândido Xavier)

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