quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

A NOVA ORDEM SE DELINEIA


Analisando as possibilidades de trabalho que a sociedade oferece ao homem, Allan Kardec argumenta: “Há um elemento que não se ponderou bastante, e sem o qual a ciência econômica não passa de teoria: a educação. Não a educação intelectual, mas a moral, e nem ainda a educação moral pelos livros, mas a que consiste na arte de formar caracteres, aquela que cria os hábitos, porque educação é conjunto de hábitos adquiridos.”

A educação visa fazer aflorar todas as experiências úteis do individuo, e atenuar todas as tendências viciosas que trouxe do passado. Educar é transformar; o que estar em pleno acordo com o “viver é recordar” de Platão, discípulo de Sócrates há quatrocentos anos antes de Cristo.

Em Pensamento e Vida, o Espírito Emanuel define o hábito como sendo “uma esteira de reflexos mentais acumulados, operando constante indução à rotina”. Esses reflexos mentais são adquiridos pelo Espírito nas suas múltiplas vivencias, envolvendo o passado e o presente e as conseqüências norteando-lhe o futuro. Em decorrência da quantidade de repetições que experimenta, acumulam-se os reflexos adquiridos e o Espírito então constrói sua própria rotina, que determina o seu caráter, constância e estabilidade relativas à maneira de agir e de reagir.

Quando analisamos a história do homem, contudo, observamos quão vagarosa é a marcha do Espírito. Seu progresso, no mais das vezes, é imperceptível, sutil. Suas imperfeições geralmente encobrem a glória de suas árduas conquistas, mormente naquilo que diz respeito à moral. Correm os séculos e o homem prossegue atrelado às ilusões do mundo, repetindo velhos erros, com roupagem nova.

Atento a essa lentidão humana, Jesus inaugurou a Era do Espírito para despertar nas criaturas a vontade de vencer o mal, entronizando o homem novo e destituindo o homem velho, num esforço de transformação profunda da personalidade, envolvendo todo o campo do comportamento, na esteira da exemplificação sublime, da manjedoura humilde à cruz ignominiosa. No contexto do seu magistério divinal, o Mestre asseverou: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”... Que verdade é essa, senão, em primeiro lugar, a verdade acerca de si mesmo?

Sem dúvida alguma, a Boa Nova ou o Evangelho de Jesus apresenta caráter libertador, mostrando qual deve ser a postura de cada um de nós perante o Pai, perante o próximo e perante si mesmo. E se o hábito já levava a criatura a um distanciamento natural da sua própria realidade existencial, Jesus veio chamar a atenção do homem para a sua natureza espiritual, revestindo dessa forma a sua pedagogia, quando disse: “ Vos sois o sal da terra... Vós sois a luz do mundo... resplandeça a vossa luz...” Noutro momento, lembrou: “ Não está escrito na vossa lei: Eu disse: Sois deuses? Se estávamos, portanto, habituados a nos vermos apenas como homens, cuja existência não passaria do balizamento berço-túmulo, cuja realidade começaria no pó e no pó mesmo terminaria, agora éramos postos a pensar diversamente.

Se a época do Cristo vigorava, como regra geral, a lei de talião: olho por olho, dente por dente. O 0fendido achava-se no direito de fazer justiça com as próprias mãos, fosse um indivíduo uma família ou uma coletividade, habito milenar difícil de desfazer. Imperava o ódio, que gerava, por sua vez, o ardente desejo de vingança. O indivíduo portava toda a agressividade do passado representado seu caráter animalesco, bárbaro, incivilizado, que procurava impor –se aos outros.

JESUS porém, com ternura e autoridade moral, diante das atitudes mais rotineiras das criaturas, ministrou belíssimos ensinamentos, com uma postura em que o rigor e o amor compunham a divina fórmula. Foi assim que começou a despertar nos homens a necessidade de amar a Deus, acima de tudo, apresentando-o como um Pai justo e misericordioso, que dispensa práticas exteriores com o fim de demonstrar-lhe gratidão. Nesse contexto, sepultou a figura do Deus mosaico, que se impunha pela tirania e impiedade, e fez brilhar a imagem do Pai soberanamente bom e perfeito, despido de qualquer traço de humanidade, mas de Espírito, Deus é Espírito e é em Espírito que ele quer ser adorado! Em seguida, ensinou-nos a nos amarmos uns aos outros, como ele mesmo nos amou, o que equivale ainda a amarmos ao nosso próximo como a nós mesmos. E, em outra ocasião, definiu a regra áurea, agora dentro da lei de amor: fazei aos outros o que gostaríeis que os outros vos fizessem. Além disso, pregando uma radical mudança de habito, advertiu-nos para não resistirmos ao mal, concluindo que era essencial mesmo amarmos os nossos inimigos, fazermos o bem aos que nos odeiam e orarmos pelos que nos maltratam e nos perseguem. Tamanha transformação, em verdade, não estava al alcance imediato das criaturas do seu tempo, mas permaneceria como uma porta aberta aos Espíritos amadurecidos do porvir.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

O FULGOR DO AMOR PERDÃO



“A oração talvez não mude as coisas para você, mas, com certeza, mudará você para as coisas.”

Samuel M Shoemaker



Não seja homem-parede,
Porém homem-ponte, Irmão.
Este é bom: a quem tem sede,
Dá água, oferece a mão;


É traço vivo de união
Entre a fé e a dor que explode...
Aquele a todos diz não:
Não quer, não sabe, não pode,


E vegeta sob o signo
De estrela afogada em lama...
Não sabe de que só é digno
De ser amado que ama.


Olho por olho é eficaz
Somente onde há insensatez,
Visto que o bem que se faz
Anula o mal que se fez




Quem não perdoa, retém
No peito em brasas um punhal.
A ordem é agir no Bem,
Sem nunca reagir no mal.


Perdoe sem se importar
Se o outro ainda o magoa.
O perdão – vale lembrar –
É bom para quem perdoa.


Mas... e quando eu firo alguém,
Depois me arrependo e, então,
Perdão lhe peço também,
Ele, porém, me diz não?


Quem faz o mal, Deve à Lei
De Deus, e não à criatura,
E quem diz “não perdoarei”,
Já vive em fel de amargura.


Doce é perdoar-se também
E amar-se é bom, Coração.
São fontes de Eterno Bem:
Auto-amor e autoperdão.

Mário Frigéri

*Versos inspirados na mensagem evangelizadora de Divaldo Pereira Franco.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Bem Vindo Meu Neto, Lucca!!


CRIANÇA – ESPÍRITO EM EVOLUÇÃO

Hoje, 25 de janeiro de 2009, nasce Lucca, o meu segundo neto e filho da minha filha Flávia e o meu querido genro Yusley. A emoção muito grande desse importante evento nos toca profundamente a alma, quando sabemos que o nascimento de uma criança é o retorno do Espírito imortal para mais uma etapa no seu processo evolutivo. Lucca chega num momento de profundas mudanças no Planeta Terra, onde vemos as nações ansiosas diante de uma crise sócio-econômica-global, onde o mais poderoso país do mundo historicamente acaba de há cinco dias atrás, empossar o seu 44º. Presidente; e desta vez um negro num país em que a pouco mais de quatro décadas, dizia-se e era realmente uma país racista, onde o negro não podia participar política e socialmente de nada, pois oficialmente estava excluído da comunidade branca. Trata-se dos Estados Unidos da América e o seu mais novo presidente Barack Obama. (Veja o nosso blog postado em 22.01) e as reações natural de mundo globalizado do século XXI em sua grande transição. Lucca certamente já pertence a “geração nova” que vem para mudar o mundo, na busca da Fraternidade universal!

Indo além das pesquisas da pedagogia tradicional e da psicologia educacional, a Doutrina Espírita nos revela, principalmente nos livros de André Luiz, o imenso trabalho do Mundo Espiritual na preparação de uma nova encarnação. Iluminando a pedagogia e a psicologia, a Doutrina Espírita nos revela que a criança é o Espírito que retorna, trazendo necessidades individuais e um programa de vida estabelecido durante sua preparação para reencarnar.

Um dos grandes exemplos de fé na educação, no deu Pestalozzi, quando, em Stans, na Suíça, arrebanhava as crianças abandonadas nas piores condições possíveis, albergando-as no orfanato que dirigia. A ação educativa de Pestalozzi, embasado no amor e na fé, reconduzia o Espírito aos canais superiores da evolução. Transformava crianças rebeldes em homens de bem. O educador sabe amar seu discípulo e ver nele o Espírito eterno, filho de Deus que renasceu para evoluir, seja qual seja a sua situação atual.

O Espírito Fénelon, numa mensagem dada em Bordéus em 1861, ítem 9 do capítulo XI do Evangelho Segundo o Espiritismo, assim se expressa: “(...) Os efeitos da lei de amor são o melhoramento moral da raça humana e a felicidade durante a vida terrestre. Os mais rebeldes e os mais viciosos se reformarão, quando observarem os benefícios resultantes da pratica deste preceito: Não façais aos outros o que não quiserdes que vos façam: fazei-lhes, ao contrário, todo o bem que vos esteja ao alcance fazer-lhes”. E prossegue ainda com notável inspiração: “Não acrediteis na esterilidade e no endurecimento do coração humano; ao amor verdadeiro, ele, a seu mau grado, cede. É um íma a que não lhe é possível resistir. O contato desse amor vivifica e fecunda os germens que dele existem, em estado latente, nos vossos corações. A Terra, orbe de provação e de exílio, será então purificada por esse fogo sagrado e verá praticados na sua superfície a caridade, a humildade, a paciência, o devotamento, a abnegação, a resignação e o sacrifício, virtudes todas filhas do amor. Não vos canseis, pois, de escutar as palavras de João, o Evangelista. Como sabeis, quando a enfermidade e a velhice o obrigaram a suspender o curso de suas prédicas, limitava-se a repetir estas suavíssimas palavras: "Meus filhinhos, amai-vos uns aos outros." (...)”

A Terra cumprirá a sua missão pois sobre a égide do Cristo já estão encarnando os Espíritos missionários para mudar o mundo transformando-o num planeta civilizado, e que Lucca esteja fazendo parte deste cortejo, dessa falange de amor que vem para tornar melhor a vida na Terra!

sábado, 24 de janeiro de 2009

CONVITE À HUMILDADE


"... Aprendei de mim que sou
manso e humilde de coração."

(Mateus: 11-28)

Os que são incapazes de consegui-la identificando-na como fraqueza.

Os pessimistas que chafurdam no poço do orgulho ferido e não se dispõe à luta, detestam-na, porque se sentem incapazes de possuí-la.

Os derrotistas utilizam-se da subestima para denegri-la.

Os fracos, falsamente investidos de força, falseiam-lhe o significado, deturpando-lhe a soberana realidade.

Porque muitos não lograram vivê-la e derraparam em plenos exercícios, desconsideram-na...

Ela, no entanto, fulgura e prossegue.

Sustenta no cansaço, acalenta nas dores, robustece na luta, encoraja no insucesso, levanta na queda... Louva a dor que corrige, abençoa a dificuldade que ensina, agradece a soledade que exercita a reflexão, ampara o trabalho que disciplina e é reconhecida a todos, inclusive aos que passam por maus, por ensinarem, embora inconscientemente, o valor dos bons e a excelência do bem.

Chega e dulcifica a amargura, balsamizando qualquer ferida exposta, mesmo em chaga repelente.

Identifica-se pela meiguice, e, sutil, agrada, oferecendo plenitude, quando tudo conspira contra a paz de que se faz instrumento.

Escudo dos verdadeiros heróis, tem sido a coroa dos mártires, o sinal dos santos e a característica dos sábios.

Com ela o homem adquire grandeza interior, e considerando a majestade da Criação, como membro atuante da vida, que é, eleva-se e, assim, eleva a humanidade inteira.

Conquistá-la, ao fim das pelejas exaustivas, é lograr a paz.

No diálogo entre Jesus e Pilatos, esteve presente no silêncio do Amigo Divino e ausente no enganado fâmulo de César...

Seu nome é humildade.

Joanna de Ângelis

(Livro Convites da Vida, psicografia de Divaldo Franco)

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

CERTAMENTE ESTAMOS VIVENDO NOVOS TEMPOS...


BARACK OBRAMA, 44o.presidente dos EUA no seu discurso de posse no dia 20 de janeiro de 2009:

“Nossa economia está bastante enfraquecida, em conseqüência da ganância e irresponsabilidade por parte de alguns, mas também por nosso fracasso coletivo em fazer escolhas difíceis e preparar a nação para uma nova era. Casas foram perdidas, empregos cortados, negócios fechados. (...) Eles (os desafios) são sérios e são muitos.”

“Não é a questão que se apresenta a nós se o mercado é uma força para o bem ou para o mal. Seu poder de gerar riquezas e expandir a liberdade é ilimitado, mas esta crise nos fez lembrar que sem vigilância, o mercado pode sair do controle – e uma nação não pode prosperar por muito tempo quando favorece apenas os mais ricos. O sucesso da nossa economia sempre dependeu do poder da nossa prosperidade.”

“Às nações pobres, nós queremos trabalhar ao seu lado para fazer suas fazendas florescerem e deixar os cursos de água limpa fluírem. Para nutrir corpos famintos e alimentar mentes ávidas. E para aquelas nações como a nossa, que vivem em relativa riqueza, queremos dizer que não podemos mais suportar a indiferença quanto ao sofrimento daqueles que sofrem fora das nossas fronteiras.”

“Começaremos por sair do Iraque com responsabilidade e por criar um esforço de paz no Afeganistão. Com velhos amigos e antigos adversários vamos trabalhar incansavelmente para diminuir a ameaça nuclear, e reduzir o espectro do aquecimento global.”

“Sabemos que nossa herança multicultural é uma força, não uma fraqueza. Somos uma nação de cristãos e muçulmanos, judeus e hindus – e ateus. (...) Não podemos senão acreditar que os velhos ódios passarão um dia. (...) E que a América vai desempenhar o seu papel em uma nova era de paz. Para o mundo muçulmano, buscamos um novo caminho a seguir, baseado em interesse e respeito mútuo.”

Comentários de Chefes de Estado do Velho Mundo (A União Européia principalmente):

ANGELA MERKEL, chanceler (premiê) da Alemanha:
“Eu espero que a nossa cooperação seja delineada por ouvirmos um ao outro e tomarmos decisões que levem em conta que um país sozinho não pode resolver os problemas do mundo”.

NICOLAS SARKOZY, presidente da França:
“Eu quero garantir a você que a França está determinada a trabalhar de mãos dadas com o EUA, seu amigo e aliado, para que juntos possamos responder aos imensos desafios que o mundo enfrenta hoje.

GORDON BROWN, primeiro-ministro do Reino Unido:
“O mundo inteiro está acompanhando a posse do presidente Obama, presenciando um novo capítulo na história norte-americana e mundial. Ele começa com a determinação de resolver os problemas mundiais.”

JOSÉ LUIS ZAPATERO, presidente (premiê) de Governo Espanhol:
“Com seu discurso, Obama nos dá hoje esperança, e suas palavras nos situam no melhor caminho para relação fluida e frutífera com o governo da Espanha.”

BENTO XVI, papa, o representante do Estado do Vaticano:
“Rezo para que você assuma com a determinação de promover o entendimento e a cooperação e a paz entre as nações, para que todos possamos compartilhar o banquete da vida, o qual Deus deseja servir para toda a família humana.”

Sem dúvida a ansiedade da Humanidade está exorbitando, pois o homem que aprendeu a viajar para as estrelas, ainda tem sérias dificuldades em viajar para dentro de si mesmo. Todo o conhecimento, a tecnologia, o domínio das ciencias exatas,da filosofia, da sociologia, da cibernética ou de todo o intelectualismo dos tecnocratas, terapeutas, religiosos ainda demonstra que o intelectual da era moderna só poderá respirar quando tiver como móvel da sua condição superior a abrangência da elevação dos sentimentos no sentido de estar norteado por uma capacidade intelecto-moral, pois sem essa percepção ele está fadado a destruição de si mesmo na grande incógnita: quem sou eu, de onde vim e para onde vou.É tempo de profunda reflexão, é tempo de resgatar o princípio exarado em 1789 durante a revolução francesa: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

Deus nos guarde e permita que realmente neste milênio da grande transição possam os dirigentes das nações unidos ao de todos os homens capitarem a mensagem de Jesus de Nazaré: "Amai-vos uns aos outros assim como eu vos amei"

Muita paz!

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

O OUTRO CONSOLADOR


Em o Evangelho segundo o Espiritismo (cap. I, item 6), Allan Kardec observa: “A lei do Antigo Testamento teve em Moisés a sua personificação; a do Novo Testamento tem-na no Cristo. O Espiritismo é a terceira revelação da lei de Deus, mas não tem a personificá-la nenhuma individualidade, porque é fruto do ensino dado, não por um homem, sim pelos Espíritos (...).”

Deus nos criou como Espíritos imortais em constante processo de aprimoramento. Criou o Universo e as Leis que o regem, dentre as quais a do Progresso que nos leva, gradativamente, à perfeição. Desde a fase mais primitiva da Humanidade, vem atendendo às necessidades do homem e em nenhum momento o abandonou. Essa assistência, todavia, sempre levou em consideração as conquistas já realizadas pelo trabalho do próprio homem.

Quando o homem iniciava o desenvolvimento de sua inteligência e de seus sentimentos, a Providencia Divina assistiu-o com as noções básicas da religião que veio com o totemismo, onde já se encontrava a mediunidade. Quando ele apresentava condições de melhor compreender os princípios da Justiça, enviou Moisés, com as tábuas da lei. Quando já se descortinava com a possibilidade de receber lições mais profundas sobre a vivencia do Amor, enviou Jesus para nos ensinar e exemplificar. Quando, ampliando o seu conhecimento nos campos da ciência, da filosofia, da religião e das artes, o homem já demonstrava a possibilidade de melhor compreender a Verdade, enviou o Espiritismo. E com o Espiritismo veio o conhecimento das Leis Morais, possibilitando a compreensão maior de tudo o que o cerca, da necessidade de progredir e dos meios necessários à sua evolução.
Sem duvida, a Doutrina Espírita constitui-se no “outro Consolador” a que se refere Jesus (João 14: 15-17), que veio no seu devido tempo para ensinar todas as coisas e recordar tudo o que Ele havia dito e praticado. Cabe-nos, pois, não apenas argumentar quanto à autenticidade do que a Doutrina Espírita é o Consolador prometido, mas, acima de tudo, demonstrar, pela qualidade da pratica espírita, que o Espiritismo representa a chave com a qual melhor compreendemos o Evangelho, e que com ele se descortinam os horizontes espirituais do homem, estimulando-o à pratica do amor ao próximo, em toda a sua plenitude, único caminho que realmente nos eleva moral e espiritualmente.
“15 Se me amais, guardareis os meus mandamentos; 16 e eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, 17 o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não no vê, nem o conhece; vós o conhecereis, porque ele habita convosco e estará em vós.”
Editorial da Revista Reformador – Ano 122 – NO. 2101 – ABRIL 2004

“26 mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as cousas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito”
LE Questão no. 886 – Qual é o verdadeiro sentido da palavra caridade como a entendia Jesus?
“benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas”.
Questão 922 de O Livro dos Espíritos: A felicidade terrestre é relativa a posição de cada um. O que basta para a felicidade de um constitui a desgraça de outro. Haverá, contudo, alguma soma de felicidade comum a todos os homens?
“Com relação à vida material, é posse do necessário. Com relação a vida moral, a consciência tranqüila e a fé no futuro.”
Questão 793 de O Livro dos Espíritos: Por que indícios se pode reconhecer uma civilização completa?
“Reconhecê-la-eis pelo desenvolvimento moral. Credes que estais muito adiantados, porque tendes feito grandes descobertas e obtido maravilhosas invenções; porque vos alojais e vestis melhor do que os selvagens. Todavia, não tereis verdadeiramente o direito de dizer-vos civilizados, senão quando de vossa sociedade houverdes banido os vícios que a desonram e quando viverdes como irmãos, praticando a caridade cristã. Até então, sereis apenas povos esclarecidos, que hão percorrido a primeira fase da civilização.”
“A evolução é uma Lei Natural norteada por ciclos. Homens e instituições, idéias e fenômenos da natureza obedecem ao sublime princípio da “emancipação ordenada”. Nascer e renascer, infância e maturidade, semeadura e colheita.
O Espiritismo alcança seu período de maioridade. É a etapa na qual ocorre a ceifa. Instante divino de definições, tendo em vista o futuro de expansão e glória a que tudo e todos se destinam na vida. Esse ciclo de ceifa orienta-se pela separação do “joio e do trigo”. Após crescerem juntos, é mister discernir para que servirá o fruto da plantação.(Livro Lírios de Esperança – Ermance Dufaux (espírito))

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

ORAÇÃO


Pai Nosso, que estás nos Céus,
Na luz dos sóis infinitos,
Pai de todos os aflitos
Deste mundo de escarcéus.


Santificado, Senhor,
Seja o Teu nome sublime,
Que em todo o Universo exprime
Concórdia, ternura e amor.


Cumpra-se Teu mandamento
Que não vacila nem erra,
Nos Céus, como em toda Terra
De luta e de sofrimento.


Evita-nos todo o mal,
Dá-nos o pão do caminho
Feito da luz, no carinho
Do pão espiritual.


Perdoa-nos, meu senhor,
De iniqüidade e de dor
Os débitos tenebrosos,
De passados escabrosos,


Auxilia-nos também,
Nos sentimentos cristãos,
A amar nossos irmãos
Que vivem longe do bem.


Com a proteção de Jesus,
Livra a nossa alma do erro,
Sobre o mundo de desterro
Distante da vossa luz.


Que vossa ideal igreja
Seja o altar da Caridade
Onde se faça a vontade
De vosso amor... Assim seja.

José Silvério Horta

domingo, 18 de janeiro de 2009

DEUS E A NATUREZA


Consultados os Espíritos Superiores sobre onde se pode encontrar a prova da existência de Deus, responderam: Num axioma que aplicais às vossas ciências. Não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem, e a vossa razão responderá. (O Livro dos Espíritos, questão 4.)
Quando estuda a Lei de Conservação, Kardec indaga: O uso dos bens da Terra é um direito de todos os homens? E recebe a resposta: Esse direito é conseqüência da necessidade de viver. Deus não imporia um dever sem dar ao homem o meio de cumpri-lo. (O Livros dos Espírito, questão 711.)
Estas duas questões, tratadas em O Livro dos Espíritos, mostram-nos a bondade e a sabedoria divinas no trato com a sua criação. Observando a Natureza, ao nosso redor, criada e mantida por Deus, nota-se a presença do amor em toda a sua obra: o vôo dos pássaros que nos dá alegria, a exuberância das flores que espalham beleza, a utilidade dos frutos que nos alimentam, a postura nobre das árvores que nos garantem o ar puro, a movimentação dos rios irrigando a terra, tudo dentro de uma ação equilibrada e dinâmica que preserva e sustenta a vida.
O homem, sem duvida, é diretamente beneficiário de todo esse equilíbrio ecológico, cabendo-lhe, com inteligência que possui, a responsabilidade de contribuir para a sua manutenção Deus lhe dá o livre-arbítrio e a oportunidade para aprender a bem utilizar esses recursos em benefício de sua própria sobrevivência e de toda a Natureza.
O abuso de muitos, todavia, por egoísmo, devastando florestas e poluindo o ar, a terra e as águas, vem colocando em risco o equilíbrio ecológico em nosso planeta, reclamando maior vigilância e ação de todos, no sentido de garantir as condições de vida na Terra, até mesmo para o nosso retorno reencarnatório em futuras gerações.
Diante desta questão, uma vez mais Jesus, no seu Evangelho, nos dá a diretriz: “Amar a Deus sobre todas as coisas, este o maior e o primeiro mandamento”, cabendo ao homem respeitar, cuidar e preservar a Sua obra, da qual nós também fazemos parte. ( Editorial do reformador N. 2127 de junho 2006)

sábado, 17 de janeiro de 2009

A LEI DE AMOR


4. <>, é a expressão mais completa da caridade, porque resume todos os deveres do homem para com o próximo. Não podemos encontrar guia mais seguro, a tal respeito, que tomar para padrão, o que devemos fazer aos outros, aquilo que para nós desejamos. Com que direito exigiríamos dos nossos semelhantes melhor proceder, mais indulgência, mais benevolência e devotamento para conosco, do que temos para com eles? A prática dessas máximas tende à destruição do egoísmo. Quando as adotarem para regra de conduta e para base de suas instituições, os homens compreenderão a verdadeira fraternidade e farão que entre eles reinem a paz e a justiça. Não mais haverá ódios, nem dissensões, mas, tão-somente, união, concórdia e benevolência mútua.

. O amor resume a doutrina de Jesus toda inteira, visto que esse é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso feito. Em sua origem, o homem só tem instintos; quando mais avançado e corrompido, só tem sensações; quando instruído e depurado, tem sentimentos. E o ponto delicado do sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar do termo, mas esse sol interior que condensa e reúne em seu ardente foco todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas. A lei de amor substitui a personalidade pela fusão dos seres; extingue as misérias sociais. Ditoso aquele que, ultrapassando a sua humanidade, ama como amplo amor os seus irmãos em sofrimento! Ditoso aquele que ama, pois não conhece a miséria da alma, nem a do corpo. Tem ligeiros os pés e vive como que transportado, fora de si mesmo. Quando Jesus pronunciou a divina palavra – amor, os povos sobressaltaram-se e os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo.
O Espiritismo a seu turno vem pronunciar uma segunda palavra do alfabeto divino. Estai atentos, pois que essa palavra ergue a lápide dos túmulos vazios, e a reencarnação, triunfando da morte, revela às criaturas deslumbradas o seu patrimônio intelectual. Já não é ao suplício que ela conduz o homem: condu-lo à conquista do seu ser, elevado e transfigurado. O sangue resgatou o Espírito e o Espírito tem hoje que resgatar da matéria o homem.
Disse eu que em seus começos o homem só instintos possuía. Mais próximo, portanto, ainda se acha do ponto de partida, do que da meta, aquele em quem predominam os instintos. A fim de avançar para meta, tem a criatura que vencer os instintos, em proveito dos sentimentos, isto é, que aperfeiçoar estes últimos, sufocando os germens latentes da matéria. Os instintos são a germinação e os embriões do sentimento; trazem consigo o progresso, como a glande encerra em si o carvalho, e os seres menos adiantados são os que, emergindo pouco a pouco de suas crisálidas, se conservam escravizados aos instintos. O Espírito precisa ser cultivado, como um campo. Toda a riqueza futura depende do labor atual, que vos granjeará muito mais do que bens terrenos: a elevação gloriosa. É então que, compreendendo a lei de amor que liga todos os seres, buscareis nela os gozos suavíssimos da alma, prelúdios das alegrias celestes. – Lázaro. (Paris, l862)

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

ORAÇÃO DAS MÃES


Senhor:
Abriste-me o própio seio e confiaste-me os filhos do teu amor.
Não me deixes sozinha na estrada a percorrer.
Nas horas de alegria, dá-me temperança.
Nos dias de sofrimento, sê minha fôrça.
Ajuda-me a governar o coração para que meu sentimento não mutile as asas dos anjos tenros que me deste; e adoça-me o raciocínio para que a minha devoção afetiva não se converta em severidade arrasadora.
Defende-me contra o egoísmo para que a minha ternura não se transforme em prisão daqueles que asilaste em meus braços.
Ensina-me a corrigir com amor, para que eu não possa trair o mandato de abnegação que depuseste em meu espírito.
Nos minutos difíceis, inclina-me à renúncia com que devo iluminar o trilho daqueles que me cercam.
Senhor, auxilia-me a tudo dar sem nada receber.
Mostra-me os horizontes eternos de Tua Graça, para que os desejos da carne não me encarcerem nas sombras.
Pai, sou também tua filha!
Guia-me nos caminhos escuros, a fim de que eu saiba conduzir ao Infinito Bem os promissores rebentos de Tua Glória.
Senhor, não me desampares!
Quando a Tua Sabedoria exigir o depósito de bênçãos com que me adornaste a estrada por empréstimo sublime, dá-me o necessário desapêgo para que eu te restitua as jóias vivas do meu coração, com serenidade e alegria; e quando a vida me impuser, em Teu Nome,o desprendimento e a solidão, reaquece minh'alma ao calor do Teu Carinho Celeste para que eu venere a Tua Vontade para sempre.

Assim seja.

MEIMEI

(Do livro Relicário de Luz, Espíritos Diversos e mediunidade Francisco Cândido Xavier)

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

A MURALHA DO TEMPO


“Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta que conduz à perdição.” - Jesus

Em nos referindo a semelhante afirmativa do Mestre, não nos esqueçamos de que toda porta constitui passagem incrustada em qualquer construção, a separar dois lugares, facultando livre cursos entre eles.
Porta, desse modo, é peça arquitetônica encontradiça em paredes, muralhas e veículos, permitindo, em todos os casos, franco passadouro.
E as portas referidas por Jesus, a que estrutura se entrosam?
Sem dúvida, a porta estreita e a porta larga pertencem à muralha do tempo, situada à frente de todos nós.
A porta estreita revela o acerto espiritual que nos permite marchar na senda evolutiva, com o justo aproveitamento das horas.
A porta larga expressa-nos o desequilíbrio interior, com que somos forçados à dor da reparação, com lastimáveis perdas de tempo.
Aquém da muralha, o passado e o presente.
Além da muralha, o futuro e a eternidade.
De cá, a sementeira do “hoje”.
De lá, a colheita do “amanhã”.
A travessia de uma das portas é ação compulsória para todas as criaturas.
Porta larga – entrada na ilusão -, saída pelo reajuste...
Porta estreita – saída do erro -, entrada na renovação...
O momento atual é de escolha da porta, estreita ou larga.
Os minutos apresentam valores particulares, conforme atravessemos a muralha, pela porta do serviço e da dificuldade ou através da porta dos caprichos enganadores.
Examina, por tua vez, qual a passagem que eleges por teus atos comuns, na existência que se desenrola, momento a momento.
Por milênios, temos sido viajores do tempo a ir e vir pela porta larga, nos círculos de viciação que forjamos para nós mesmos, engodados na autoridade transitória e na posse amoedada, na beleza física e na egolatria aviltante.
Renovemo-nos, pois, em Cristo, seguindo-o, nas abençoadas lições da porta estreita, a bendizer os empecilhos da marcha, conservando a alegria e esperança na conversão do tempo em dádivas da Felicidade Maior.

Emmanuel

(Do livro Vinha de Luz, meddiunidade de Francisco Cândido Xavier)

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

DIVINA PATERNIDADE


Ante a turbamulta desordenada e sofredora, carregada de misérias e de sofrimentos sem consolo, Jesus orientava as mentes e confortava os corações, informando que Deus é o Excelso Pai.
Ninguém se encontrava no mundo, ao abandono, como fruto espúrio do acaso da indiferença do Genitor Celeste.
A sua propositura era e permanece com significado impar, em razão do poder de vinculação entre a criatura e seu criador.
O mesmo Sol que oscula o pântano, aquece o grão que atende a fome e faz desabrochar o botão que aguarda a flor, a fim de que o perfume viaje nos braços gentis da brisa...
Esse mesmo Astro-rei transforma o bago da uva em vinho bom, iluminando a choupana em trevas e adentrando-se no palácio festivo e adornado.
Esse Pai é o mesmo em relação aos bons que conseguiram avançar pelas estradas da evolução, assim como aos maus que permanecem nas sombras densas da ignorância e do primarismo, em que se aturdem, aguardando, misericordioso, o retorno dos filhos ao Seu incomensurável amor.
Jesus demonstrou a sua bondade e excelsitude na própria conduta, a Ele submetendo-se e ensinando como servi-LO e senti-LO nos refolhos do coração e da alma.
Desse modo, o Pai faz tudo quanto é necessário para que o filho cresça e alcance a plenitude, mesmo que este não o deseje, preferindo deter-se nas trilhas sombrias da prepotência e da suprema inferioridade.
Enquanto permanecer a sombra nos sentimentos humanos, sempre Ele estará aguardando em Luz.
Não resta outra alternativa, senão segui-LO.

Amélia Rodrigues (Espírito)

(Do livro A Mensagem do Amor Imortal, psicografia de Divaldo Franco)

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

SERVIR PARA MERECER


Finalizando as nossas atividades na noite de agosto 4 de agosto de 1955, tivemos a palavra do grande companheiro Antônio Gonçalves Batuíra, denodado pioneiro do Espiritismo no Estado de São Paulo, que de modo vibrante, nos convocou ao valor moral para mais alto padrão de eficiência da nossa tarefa espírita.


Meus irmãos, que a divina bondade de Nosso Senhor Jesus-Cristo seja louvada.
Pedir é mais que natural, no entanto, é razoável saber o que pedimos.
Habitualmente trazemos para o Espiritismo a herança do menor esforço, haurida nas confissões religiosas que nos viciaram a mente no culto externo excessivo, necessitando, assim, porfiar energicamente para que a vocação do petitório sistemático ceda lugar ao espírito de luta com que nos cabe aceitar os desafios permanentes da vida.
No intercâmbio com as almas desencarnadas, procedentes da esfera que vos é mais próxima, sois surpreendidos por todos os tipos de queda espiritual.
Sob tempestades de ódio e lágrima, desesperação e arrependimento, consciências culpadas ou entorpecidas vos oferecem o triste espetáculo da derrota interior a que foram atiradas pelo próprio desleixo.
É que, soldados da evolução, esqueceram as armas do valor moral e da vontade firme com que deveriam batalhar na Terra, na aquisição do próprio aprimoramento, passando a condição parasitária daqueles que recebem dos outros sem darem de si e acabando o estágio humano, à feição de fantasmas da hesitação e do medo, a se transferirem dos grilhões da preguiça e da pusilanimidade à escravidão àquelas inteligências brutalizadas no crime que operam, conscientemente, nas sombras.
Levantemo-nos para viver como alunos dignos do educandário que nos recolhe!
Encarnados e desencarnados, unamo-nos no dinamismo do bem para situar, sempre mais alto, a nossa oportunidade de elevação.
É inútil transmitir a outrem o dever que nos compete, porque o tempo inflexível nos aguarda, exigindo-nos o tributo da experiência, sem o qual não nos será possível avançar no progresso justo.
Todos possuímos escabroso pretérito por ressarcir, e, dos quadros vivos desse passado delituoso, recolhermos compulsoriamente os reflexos dos nossos laços inferiores que, à maneira de raízes do nosso destino, projetam sobre nós escuras reminiscências.
Todos temos aflições e dúvidas, inibições e dificuldades, e, sem elas, certamente estaríamos na posição da criatura simples, mas selvagem e primitivista, indefinidamente privada do benefício da escola.
Clareemos o cérebro no estudo renovador e limpemos o coração com o esmeril do trabalho, e, então, compreenderemos que o Senhor nos emprestou os preciosos dons que nos valorizam a existência, não para rendermos culto às facilidades sem substância, engrossando a larga fileira dos pedinchões e preguiçosos inveterados, mas sim para que sejamos dignos companheiros da luz, caminhando ao encontro de seu amor e de sua sabedoria, com os nossos próprios pés.
Saibamos, assim, aprender a servir para merecer.

Batuíra

(Livro Vozes do Grande Além, Diversos Espíritos e mediunidade Francisco Cândido Xavier.)

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

MEDIUNIDADE E JESUS


Quem hoje ironiza a mediunidade, em nome do Cristo, esquece-se, naturalmente, de que Jesus foi quem mais a honrou neste mundo, erguendo-a ao mais alto nível de aprimoramento e revelação, para alicerçar a sua eterna doutrina entre os homens.
é assim que começa o apostolado divino, santificando-lhe os valores na clariaudiência e na clarividência entre Maria e Isabel, José e Zacarias, Ana e Simeão, no estabelecimento da Boa Nova.
E segue adiante, enaltecendo-a na inspiração junto aos doutores do Templo; exaltando-a nos fenômenos de efeitos físicos, ao transformar a água em vinho,nas bodas de Caná; honorificando-a, nas atividades da cura, em transmitindo passes de socorro aos cegos e paralíticos, desalentados e aflitos, reconstituindo-lhes a saúde; ilustrando-a na levitação, quando caminha sobre as águas; dignificando-na nas tarefas de desobsessão, ao instruir e consolar os desencarnados sofredores por intermédio dos alienados mentais que lhe surgem à frente; glorificando-a na materialização, em se transfigurando ao lado de Espíritos radiantes, no cimo do Tabor, e elevando-a sempre, no magnetismo sublimado, seja aliviando os enfermos com a simples presença, revitalizando corpos cadaverizados, multiplicando pães e peixes para a turba faminta ou apaziguando as forças da natureza.
E, confirmando o inrtercâmbio entre os vivos da Terra e os vivos da Eternidade, reaparece, Ele mesmo, ante os discípulos espantados, traçando planos de redenção que culminam no dia de Pentecostes - o momento inesquecível do Evangelho -, quando os seus mensageiros convertem aos Apóstolos em médiuns falantes, na praça pública, para esclarecimento do povo necessitado de luz.
Como é fácil de observar, a mediunidade, como recurso espiritual de sintonia, não se confunde com a Doutrina Espírita que expressa atualmente o Cristianismo Redivivo, mas, sempre que enobrecida pela honestidade e pela fé, pela educação e pela virtude, é o veículo respeitável da convicção na sobrevivência.
Assim, pois, não nos agastemos contra aqueles que a perseguem, através do achincalhe - tristes negadores da realidade cristã, ainda mesmo quando se escondam sob os veneráveis distintivos da autoridade humana -, porquanto os talentos medianímicos estiveram, incessantemente, nas mãos de jesus, o nosso Divino Mestre, que deve ser considerado, por todos nós, como sendo o Excelso Médium de Deus.

Eurípedes Barsanulfo

(Do livro O Espírito da Verdade, diversos Espíritos e médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira)

domingo, 4 de janeiro de 2009

PAZ DO MUNDO E PAZ DO CRISTO


“A paz vos deixo, a minha paz vos
dou; não vo-la dou como o mundo a dá.”
- Jesus. (João, 14:27.)


É indispensável não confundir a paz do mundo
com a paz do Cristo.
A calma do plano inferior pode não passar de
estacionamento.
A serenidade das esferas mais altas significa trabalho divino, a caminho da Luz Imortal.
O mundo consegue proporcionar muitos acordos
e arranjos nesse terreno, mas somente o Senhor pode
outorgar ao espírito a paz verdadeira.
Nos círculos da carne, a paz das nações costuma
representar o silêncio provisório das baionetas; a dos
abastados inconscientes é a preguiça improdutiva e incapaz; a dos que se revoltam, no quadro de lutas necessárias, é a manifestação do desespero doentio; a dos ociosos sistemáticos, é a fuga ao trabalho; a dos arbitrários, é a satisfação dos próprios caprichos; a dos vaidosos, é o aplauso da ignorância; a dos vingativos, é a destruição dos adversários; a dos maus, é vitória da crueldade; a dos negociantes sagazes, é a exploração inferior; a dos que se agarram às sensações de baixo teor, é a viciação dos sentidos; a dos comilões, é o repasto opulento do estômago, embora haja fome espiritual no coração.
Há muitos ímpios, caluniadores, criminosos e indiferentes que desfrutam a paz do mundo. Sentem-se triunfantes, venturosos e dominadores no século. A ignorância indinheirada, a vaidade bem vestida e a preguiça inteligente sempre dirão que seguem muito bem.
Não te esqueças, contudo, de que a paz do mundo pode ser, muitas vezes, o sono enfermiço da alma. Busca, desse modo, aquela paz do Senhor, paz que excede o entendimento, por nascida e cultivada, portas a dentro do espírito, no campo da consciência e no santuário do coração.

Emmanuel.

(Do Livro: VINHA DE LUZ, psicografia de Francisco Cândido Xavier).

sábado, 3 de janeiro de 2009

PRECE DA CRIANÇA QUE AINDA NÃO NASCEU


Mãe querida!...
Sustenta-me agora para que eu te sustente
depois.
Não me expulses, nem me desprezes.
Venho ao encontro de tuas esperanças.
Junto de ti, estou na condição de anseio de
teu anseio e de alma de tua alma.
Hoje, sou apenas flor, sonho, pen-
samento...
Amanhã, serei a tua própria realização.
Resguarda-me com amor para que a
confiança não me abandone.
Protege-me contra o desequilíbrio.
Cultiva as idéias positivas do bem para que
não me falte segurança contra o mal.
Guarda-me no colo, em nome de Deus,
para que a luz da fé em Deus se mantenha
acesa dentro de mim.
Tenho tanta necessidade de ti, quanto a
semente precisa da terra para germinar e
viver.
Dá-me a tua bondade e dar-te-ei a mim
mesmo.
De ti depende que eu possa estar amanhã,
entre os homens, a fim de cooperar na
construção do Mundo Melhor.

EMMANUEL (Espírito)

Mediunidade de Francisco Cândido Xavier

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

RENOVAÇÃO


A natureza nos fornece, de forma constante, execelentes lições. As estações que se sucedem nos falam de obediência a leis previamente estabelecidas pela divindade.

A fauna e a flora que se submetem ao rigor do inverno, que hibernam, parecendo morrer e ressurgem aos toques da primavera, nos lecionam a perseverança na luta pela vida.

Entre as aves, a águia nos traz especial lição. Ela é a ave que possui maior longevidade da espécie. Chega a viver setenta anos. Mas, para chegar a essa idade, aos quarenta anos ela tem que tomar uma séria e difícil decisão.

Aos quarenta anos ela está com as unhas compridas e flexíveis e não consegue mais agarrar as suas presas das quais se alimenta.

O bico alongado e pontiagudo se curva. Apontando contra o peito estão as asas, envelhecidas e pesadas em função da grossura das penas. Voar é, então, muito difícil.

A águia, nessas circunstâncias, só tem duas alternativas: morrer, ou enfrentar um dolorido processo de renovação que irá durar cento e cincoenta dias.

Esse processo consiste em voar para o alto de uma montanha e se recolher em um ninho próximo a um paredão, onde ela não necessite voar. Após encontrar esse lugar, a águia começa a bater com o bico em uma parede até conseguir arrancá-lo.

Após arrancá-lo, espera nascer um novo bico, com o qual vai depois arrancar suas unhas. Quando as novas unhas começam a nascer, ela passa a arrancar as velhas penas.

E só depois de cinco meses sai para o famoso vôo de renovação e para viver mais trinta anos.

Em nossa vida, também necessitamos de processos de renovação que, de um modo geral, são dolorosos.

Para se conseguir alçar o vôo da vitória, devemos nos desprender de costumes, crenças, tradições, vícios que nos mantêm presos ao chão da ignorância.

É, sim, um processo doloroso, porque demanda esforço e vontade. Também um processo de incubação.

É preciso se sentir insatisfeito consigo mesmo e desejar crescer um pouco mais. Sentir-se incompleto com um livro só, com um pensamento apenas ou com uma visão somente.

É necessário pensar além das idéias comuns e acreditar que se pode mudar, não importando se nos encontramos nos áureos dias da juventude, nos vibrantes dias da madureza ou na esteira da velhice.

Sempre é tempo de atender aos apelos do progresso, aprender e melhorar-se.

É necessário refletir, trabalhar, estar sempre pronto para aprender e reaprender, não se permitindo jamais o comodismo.

***

Enquanto você dispõe do corpo físico e das horas terrenas, não se acomode. Não negligencie a si mesmo.

Cultive a sua inteligência, jamais perdendo de vista a boa leitura.

Não se sinta sábio porque sabe mais do que os rodeiam. Busque a sabedoria.

Não se permita sentir bem, sem esforçar-se por se desenvolver nas áreas do bem e do serviço ao próximo.

Não se permita dormir demais, enquanto é tempo de crescer, progredir e alcançar os astros brilhantes que nos extasiam nas noites claras.


(Equipe de Redação do Momento Espírita, baseado em texto de autor ignorado e no livro Nossas riquezas maiores, ed. FRÁTER, cap. 38.)