quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

VIVER COM ALEGRIA






Sauda o dia nascente com alegria de viver aureolada pela gratidão a Deus.

Cada novo dia é abençoada oportunidade de crescimento espiritual e de iluminação interior.

Atravessar o rio dos problemas de uma para a outra margem, onde se encontram as formosas atividades de engrandecimento moral, é a tarefa inteligente da pessoa que anela pela conquista da felicidade.

Quando se abre a mente e o coração à alegria, é possível descobri-Ia em toda parte, bastando olhar-se para a Vida, e ei-la jubilosa...

Quando se adquire a consciência da responsabilidade, de imediato sente-se que se é livre, mas essa liberdade é sempre conquistada pela ação que se converte em bênção de amor.

Somente através do amor perfeito é que o ser humano pode considerar-se realmente livre de todas as amarras, mesmo que essa aquisição seja lograda, de alguma forma, através do sofrimento.

O sofrimento faz mal, no entanto, não é um mal, porque oferece os recursos valiosos para a aquisição do bem permanente.

Eis porque o trabalho de qualquer natureza deve ser realizado com o sentimento de amor, o que equivale a uma postura de liberdade em ação.

Quando o amor não está presente no sentimento, a alegria não se enfloresce, porque permanece sombreada pelas dúvidas e suspeitas, porquanto somente através do amor é que se adquire a perfeição, em face dos mecanismos de ação que movimenta.

Pessoas existem que afirmam não poderem amar porque não compreendem o seu próximo, tendo dificuldade em aceitá-lo conforme é. A questão, no entanto, é mais sutil, e deve ser formulada nos seguintes termos: porque não ama, torna-se difícil compreender, em razão dos caprichos egoísticos que dificultam a bondade em relação aos outros.

Quando o amor se instala, a alegria de viver esplende como resultado da própria alegria de ser consciente.

A alegria não é encontrada em mercados ou farmácias, mas nos recônditos do coração que sente e ama, favorecendo-lhe o surgimento como um contínuo amanhecer.

Basta que se lhe ausculte a intimidade, e ei-la triunfante sobre a noite das preocupações.

Em realidade, viver com alegria não impede a presença dos sofrimentos que fazem parte do processo da evolução. Pelo contrário, é exatamente por serem compreendidos como indispensáveis que proporcionam satisfações e bem-estar.

Sempre que possível expressa a tua alegria de viver.

* * *

Os sentimentos cultivados transformam-se em estímulos para as ações que se materializarão mais tarde.

Se permitires que a tristeza torne-se companheira frequente das tuas emoções, a melancolia em breve estará instalada nos teus sentimentos, tirando a beleza da existência.

Se te apoias à queixa contumaz, a tua será uma conduta amargurada, fazendo-te indisposto e desagradável.

Se optas pelo cultivo de ideais enobrecedores de qualquer natureza, o entusiasmo pela sua preservação fará dos teus dias um contínuo encantamento.

Se tens o hábito de encontrar sempre o melhor, quase invisível ou imperceptível, nos acontecimentos menos felizes, desfrutarás de esperança e de júbilos permanentes.

A existência física não é uma viagem miraculosa ao país da fantasia, mas uma experiência de evolução assinalada por processos de refazimento uns e outros de conquistas inevitáveis, que geram sofrimento porque têm a finalidade de desbastar os duros metais da ignorância e aquecer o inverno do primarismo...

É natural, pois, que a dor seja companheira do viajante carnal.

Quando jovem, tudo são expectativas, ansiedades, incertezas...

Quando na idade madura, a colheita de reflexos da juventude propicia, quase sempre, insatisfações e desencantos.

Quando na velhice, em face do desgaste, o aborrecimento pela perda da agilidade, da memória, da audição, da visão, da facilidade que era habitual, se manifesta...

Sempre haverá motivo para reclamação, porque cada dia tem a sua própria quota de aflição, que deve ser aceita com bonomia e naturalidade.

Com a alegria de viver instalada no imo, sempre haverá uma forma de encarar os acontecimentos, concedendo-lhe validade e dele retirando a melhor parte, como afirmou Jesus, aquela que não lhe será tirada, porque representa conquista inalienável para a mente e para o coração.

Adapta-te, desse modo, às ocorrências existenciais, alegrando-te por estares no corpo, fruindo a oportunidade de corrigir equívocos, de realizar novos tentames, de manter convivências saudáveis, de enriquecimento incessante...

A vida com alegria é, em si mesma, um hino de louvor a Deus.

Não te permitas, portanto, a convivência emocional com as manifestações negativas do caminho por onde transitas.

Observa as margens do teu caminho e rega-as, mesmo que seja com suor e lágrimas, a fim de que as sementes do Divino Amor que se encontram nelas sepultadas, germinem e transformem-se nas flores que adornarão a tua marcha ascensional.

Liberta-te, mesmo que te seja exigido um grande esforço, das heranças primárias, filhas da agressividade, do inconformismo, dos impositivos egoístas que te elegem como especial no mundo, e considera que fazes parte da grande família terrestre, sujeito como todos os demais às injunções dos mecanismos da evolução.

* * *

Alguém que cultiva a alegria de viver já possui um tesouro. Esparze-o onde te encontres e oferta-o a quem se te acerque, tornando mais belo o dia a dia de todos os seres com o sol do teu júbilo.

Se já encontraste Jesus, melhor razão tens para a alegria, porque envolto na Luz do mundo, nenhuma sombra te ameaça.

Serás, ao longo da vilegiatura carnal, o que te faças a cada instante, conforme o és, resultado do que te fizeste.

Alegra-te com a vida que desfrutas e agradece sempre a Deus a glória de saber e de amar para agir com acerto.



Joanna de Ângelis

Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na manhã

de 29 de maio de 2009, no G-19, em Zurique, Suíça.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

SIRVAMOS



"Servindo de boa-vontade, como: sendo ao Senhor, e não aos homens".- Paulo. EFÉSIOS, 6:7.



Se legislas, mas não aplicas a Lei, segundo os desígnios do Senhor, que considera as necessidades de todos, caminhas entre perigosos abismos, cavados por tuas criações indébitas, sem recolheres os benefícios de tua gloriosa missão na ordem coletiva.

Se administras, mas não observas os interesses do Senhor, na estrada em que te movimentas na posição de mordomo da vida, sofres a ameaça de soterrar o coração em caprichos escuros, sem desfrutares as bênçãos da função que exerces no ministério público.

Se julgas os semelhantes e não te inspiras no Senhor, que conhece todas as particularidades e circunstâncias dos processos em trânsito nos tribunais, vives na probabilidade de cair, espetacularmente, na mesma senda a que se acolhem quantos precipitadamente aprecies, sem retirares, para teu proveito, os dons da sabedoria que a Justiça conserva em tua inteligência.

Se trabalhas na cor ou no mármore, no verbo ou na melodia, sem traduzires em tuas obras a correção, o amor e a luz do Senhor, guardas a tremenda responsabilidade de quem estabelece imagens delituosas para consumo da mente popular, perdendo, em vão, a glória que te enriquece os sentimentos.

Se foste chamado à obediência, na estruturação de utilidades para o mundo, sem o espírito de compreensão com o Senhor, que ajudou as criaturas, amando-as até o sacrifício pessoal, vives entre os fantasmas da indisciplina e do desânimo, sem fixares em ti mesmo a claridade divina do talento que repousa em tuas mãos.

Amigo, a passagem pela Terra é aprendizado sublime. O trabalho é sempre o instrutor do aperfeiçoamento.

Sirvamos sem prender-nos. Em todos os lugares do vale humano, há recursos de ação e aprimoramento para quem deseja seguir adiante. Sirvamos, em qualquer parte, de boa-vontade, como sendo ao Senhor e não às criaturas, e o Senhor nos conduzirá para os cimos da vida.



Do livro Fonte Viva
Médium - Francisco Cândido Xavier
Ditado pelo espírito EMMANUEL

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

PELAS OBRAS



"E que os tenhais em grande estima e amor por causa da sua obra". - Paulo. (I TESSALONICENSES, 5:13).



Esta passagem de Paulo, na Primeira Epístola aos Tessalonicenses, é singularmente expressiva para a nossa luta cotidiana.

Todos experimentamos a tendência de consagrar a maior estima apenas àqueles que leiam a vida pela cartilha dos nossos pontos de vista.

Nosso devotamento é sempre caloroso para quantos nos esposem os modos de ver, os hábitos enraizados e os princípios sociais; todavia, nem sempre nossas interpretações são as melhores, nossos costumes os mais nobres e nossas diretrizes as mais elogiáveis.

Daí procede o impositivo de desintegração da concha do nosso egoísmo para dedicarmos nossa amizade e respeito aos companheiros, não pela servidão afetiva com que se liguem ao nosso roteiro pessoal, mas pela fidelidade com que se norteiam em favor do bem comum. Se amamos alguém tão-só pela beleza física, é provável encontremos amanhã o objeto de nossa afeição a caminho do monturo.

Se estimamos em algum amigo apenas a oratória brilhante, é possível esteja ele em aflitiva mudez, dentro em breve.

Se nos consagramos a determinada criatura só porque nos obedeça cegamente, é provável estejamos provocando a queda de outros nos mesmos erros em que temos incidido tantas vezes.

É imprescindível aperfeiçoar nosso modo de ver e de sentir, a fim de avançarmos no rumo da vida Superior.

Busquemos as criaturas, acima de tudo, pelas obras com que beneficiam o tempo e o espaço em que nos movimentamos, porque, um dia, compreenderemos que o melhor raramente é aquele que concorda conosco, mas é sempre aquele que concorda com o Senhor, colaborando com ele, na melhoria da vida, dentro e fora de nós.



Do livro Fonte Viva
Médium - Francisco Cândido Xavier
Ditado pelo espírito EMMANUEL

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

NA SENDA ESCABROSA



"Nunca te deixarei, nem te desampararei." - Paulo. (HEBREUS, 13:
5.)

A palavra do Senhor não se reporta somente à sustentação da vida física, na subida pedregosa da ascensão.

Muito mais que de pão do corpo, necessitamos de pão do espírito.

Se as células do campo fisiológico sofrem fome e reclamam a sopa comum, as necessidades e desejos, impulsos e emoções da alma provocam, por vezes, aflições desmedidas, exigindo mais ampla alimentação espiritual.

Há momentos de profunda exaustão, em nossas reservas mais íntimas.

As energias parecem esgotadas e as esperanças se retraem apáticas.

Instala-se a sombra, dentro de nós, como se espessa noite nos envolvesse.

E qual acontece à Natureza, sob o manto noturno, embora guardemos fontes de entendimento e flores de boa-vontade, na vasta extensão do nosso país interior, tudo permanece velado pelo nevoeiro de nossas inquietações.

O Todo-Misericordioso, contudo, ainda aí, não nos deixa completamente relegados à treva de nossas indecisões e desapontamentos. Assim como faz brilhar as estrelas fulgurantes no alto, desvelando os caminhos constelados do firmamento ao viajor perdido no mundo, acende, no céu de nossos ideais, convicções novas e aspirações mais elevadas, a fim de que nosso espírito não se perca na viagem para a vida superior.

"Nunca te deixarei, nem te desampararei" - promete a Divina Bondade.

Nem solidão, nem abandono.

A Providência Celestial prossegue velando...

Mantenhamos, pois, a confortadora certeza de que toda tempestade é seguida pela atmosfera tranqüila e de que não existe noite sem alvorecer.



Do livro Fonte Viva
Médium - Francisco Cândido Xavier
Ditado pelo espírito EMMANUEL

domingo, 13 de dezembro de 2009

NOSSAS MÃOS




Em verdade, há milhares de mãos maravilhosamente limpas no jogo das aparências.
*
Mãos que se cobrem de joias valiosas, mas que não se dispõem a partir um pão com o faminto.
Mãos que se agitam, vivazes, na mímica dos discursos comoventes, mas que não descem ao terreno de ação para ministrar uma gota de remédio ao doente.
*
Mãos que assinam decretos e portarias importantes na administração pública, recomendando a ordem e a virtude para os governados, mas que não hesitam em desmantelar os bens coletivos que lhes foram confiados.
*
Mãos que escrevem páginas admiráveis de literatura, sob a inspiração da gramática, ornada de tesouros artísticos, e que jamais se preocupam com a prática do verbalismo brilhante que produzem.
*
Mãos que se movimentam em acervos de moedas e notas bancárias, exibindo poder, mas que não cedem o mais leve empréstimo dos recursos em que se demoram, sem pesados tributos ao irmão que suporta espinhosos fardos em escuros caminhos.
*
Mãos que indicam aos outros o roteiro da salvação e que escolhem a senda escura da maldição para si mesmas.
*
Realmente, não te esqueças da higiene de tuas mãos, contudo, guarda vigilância para com aquilo que fazes.
*
Nossas mãos constituem as antenas de amor que, orientadas pelo Evangelho, podem converter a Terra em domínio de luz.
*
Deixa que os teus braços se integrem no trabalho da verdadeira fraternidade e serás, desse modo, o instrumento vivo da Vontade Divina, onde estiveres, em favor do reinado da paz e da alegria para o engrandecimento do mundo inteiro.

Emmanuel (Espírito)

Do liro: Mãos marcadas - Psicografia Francisco Cândido Xavier

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

JESUS, O CRISTO


JESUS, O CRISTO



A figura de Jesus de Nazaré ainda hoje é motivo de muita polêmica. Para muitos, Ele não passou de uma lenda.

Existem, contudo, vários testemunhos sobre a Sua vida, fora das páginas do Novo Testamento.

O mais antigo de todos remonta aos anos 93/94 e se encontra nas antiguidades judaicas, de autoria de um judeu de nome Flávio Josefo.

No ano 112 o procônsul da Bitínia, Plínio, o moço, dirigiu uma carta ao imperador romano Trajano onde menciona Jesus.

Depois dele, em 115, um seu quase contemporâneo de nome Tácito, falou a respeito desse homem invulgar, conhecido em Sua aldeia onde morava e trabalhava como Joshua Bar Josef, seu nome em hebraico.

Também O descreveu Suetônio, mais ou menos no ano 120, na obra Vida de Cláudio, bem como o Talmude judeu, com narrações dos rabinos.

No entanto, Ele foi biografado pelos quatro evangelistas: Mateus, Marcos, Lucas e João.

Dizem-nos eles que Jesus exerceu o mesmo ofício de Seu pai, o de carpinteiro. Era costume judaico que o homem dedicado a trabalhos intelectuais tivesse um modo de sobrevivência.

Jesus não Se casou. Todo o Seu amor foi canalizado para a Sua missão.

Tinha para com as mulheres um sentimento extremamente delicado, tratando-as como irmãs. Naturalmente, elas retribuem, Lhe oferecendo sua amizade e O acompanham.

É Madalena, da cidade de Magdala; Verônica, curada de hemorragia crônica; Salomé, a mãe de dois dos Seus discípulos; Maria, Sua mãe; Marta e Maria, irmãs de Lázaro; Joana, a esposa do intendente de Cusa.

Sua natureza elevada, a ternura do Seu coração Ele a extravasou em doçura infinita, em poesia.

Humildade, perdão, caridade, abnegação, justiça pregou em Seus ensinos através de axiomas como: Aquele que se humilha, será exaltado; o que se exalta será humilhado.

Perdoai e sereis perdoados.

Amai os vossos inimigos. Fazei o bem aos que vos odeiam. Orai pelos que vos perseguem.

A sequência dos Seus princípios era um culto puro, sem práticas exteriores, baseado nos sentimentos do coração.

Sede perfeitos como vosso Pai é perfeito, é o convite que faz a todos os homens.

Em toda a História da Humanidade, houve homens que escreveram excelentes máximas. Houve também homens virtuosos mas que nada fizeram para que a virtude tivesse continuidade no mundo.

Por isso mesmo, Jesus é inigualável. Ele falou e agiu, apresentando Sua doutrina em palavras e obras.

Todos os exércitos que já desfilaram por este mundo, todos os navios que já atravessaram os mares, todos os reis e rainhas que já reinaram, todos juntos não influíram tão fortemente na vida humana como O fez Jesus, esse personagem imortal.

* * *

Nosso tempo é contado a partir da data do nascimento de Jesus.

Ele é o personagem histórico sobre o qual mais se escreveram livros, compuseram músicas e pintaram quadros.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 5 do
livro Vida de Jesus, de Ernest Renan, ed. Martin Claret.
Em 09.12.2009.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

A RETRIBUIÇÃO



"Pedro disse-lhe: e nós que deixamos tudo e te seguimos que receberemos?" - (MATEUS. 19:27).



A pergunta do apóstolo exprime a atitude de muitos corações nos templos religiosos.

Consagra-se o homem a determinado círculo de fé e clama, de imediato: - "Que receberei?"

A resposta, porém, se derrama silenciosa, através da própria vida.

Que recebe o grão maduro, após a colheita?

O triturador que o ajuda a purificar-se.

Que prêmio se reserva à farinha alva e nobre?

O fermento que a transforma para a utilidade geral.

Que privilégio caracteriza o pão, depois do forno?

A graça de servir.

Não se formam cristãos para adornos vivos do mundo e sim para a ação regeneradora e santificante da existência.

Outrora, os servidores da realeza humana recebiam o espólio dos vencidos e, com eles, se rodeavam de gratificações de natureza física, com as quais abreviavam a própria morte.

Em Cristo, contudo, o quadro é diverso.

Vencemos, em companhia dele, para nos fazermos irmãos de quantos nos partilham a experiência, guardando a obrigação de ampará-los e ser-lhes úteis.

Simão Pedro, que desejou saber qual lhe seria a recompensa pela adesão à Boa Nova, viu, de perto, a necessidade da renúncia.

Quanto mais se lhe acendrou a fé, maiores testemunhos de amor à Humanidade lhe foram requeridos.

Quanto mais conhecimento adquiriu, a mais ampla caridade foi constrangido, até o sacrifício extremo.

Se deixaste, pois, por devoção a Jesus, os laços que te prendiam às zonas inferiores da vida, recorda que, por felicidade tua, recebeste do Céu a honra de ajudar, a prerrogativa de entender e a glória de servir.



Do livro Fonte Viva
Médium - Francisco Cândido Xavier
Ditado pelo espírito EMMANUEL

sábado, 5 de dezembro de 2009

IMORTALIDADE: Triunfo do Espírito


IMORTALIDADE: Triunfo do Espírito



A imortalidade é de todos os tempos. A ameba, por exemplo, sendo um dos organismos unicelulares mais simples, pode ser considerada como imortal, porquanto, à medida que envelhece, graças ao fenômeno da mitose, dá lugar a duas outras, ricas de vida, e assim, sucessivamente. Jamais ocorre a morte do elemento inicial.

Assim sucede com a vida humana,do ponto de vista do ser espiritual, que enseja a cada um experienciar o que é sempre melhor para si mesmo.

O impositivo que se apresenta é o de viver o presente, em razão de o passado apresentar-se já realizado, enquanto o futuro se encontra ainda em construção.

Atingir o máximo das suas possibilidades no momento que passa, constitui o desafio que não pode ser ignorado.

Essa mecânica, porém, é produzida pelo amor, que deve orientar a inteligência na aplicação das suas conquistas.

Isso significa um esforço individual expressivo, que se torna seletivo em benefício do conjunto social.

À semelhança do que ocorre no organismo, em que nenhuma célula trabalha unicamente em favor de si mesma, porém do conjunto que deve sempre funcionar em harmonia, vão surgindo os padrões de comportamento que dão lugar às tendências universais em torno da vida, que se processa de acordo com o mecanismo da evolução. Cada parte que constitui o órgão está sempre preparada para transformar-se em favor de um elemento maior e mais expressivo.É uma verdadeira cadeia progressiva, infinita,até o momento em que se encerra o ciclo vital e a matéria se desagrega em face do fenômeno biológico da morte.

Todo esse processo tem lugar sob o controle do Espírito que modela a organização de que se serve através do seu invólucro semimaterial, e quando se dá a desarticulação das moléculas, eis que se libera e prossegue indestrutível no rumo da plenitude, quando se depura de todas as imperfeições resultantes do largo período da evolução.

Essa busca pode ser também denominada como a da iluminação, cuja conquista elimina o medo dos equívocos, da velhice, das doenças, da morte, porquanto enseja a consciência da imortalidade, dessa forma, do prosseguimento da vida em todas as suas maravilhosas nuanças que se apresentam em outras dimensões, em outros campos vibratórios.

Essa iluminação propicia o despertar do sonho, da ilusão em torno dos objetivos da existência, tornando o ser consciente de tudo que pode realizar por si mesmo e pela sociedade.

Por mais que postergue essa conscientização, momento chega em que o Espírito sobrepõe-se ao ego e rompe o limite do intelecto, conquistando a visão coletiva sobre o infinito.

É quando se autoanalisa, voltando-se para dentro e descobrindo os tesouros inabordáveis da imortalidade, buscando no coração as forças que lhe são necessárias para a entrega à autoiluminação.

Como bem assinalou Jesus: O Reino dos Céus está dentro de vós, portanto, do Espírito que se é e não do corpo pelo qual se manifesta.

Esse mecanismo é possível de ser ignorado, quando a pessoa resolve-se pela remoção das trevas que ocultam o conhecimento de si mesma, deixando-a confusa, a fim de que se estabeleça a pujança do amor franco e puro, gentil e corajoso que não conhece limites...

A imortalidade é, pois, a grande meta a ser atingida.

Cessasse a vida, quando se interrompesse o fenômeno biológico pela morte, e destituída de significado seria a existência humana, que surgiu em forma embrionária aproximadamente há dois bilhões de anos... Alcançando o clímax da inteligência, da consciência e das emoções superiores, se fosse diluída, retornando às energias primárias, não teria qualquer sentido ético-moral nem lógico ou racional.

Muitos, entre aqueles que assim pensam, que a vida se extingue com a morte, certamente rebelam-se contra os conceitos ultrapassados de algumas doutrinas religiosas em torno da Justiça Divina após a morte, com as execuções penais de natureza eterna e insensata.

Considerada, porém, como o oceano gerador da vida, a imortalidade precede ao estágio atual em que se movimenta o ser humano e sucede-o, num vir-a-ser progressista sempre melhor e mais grandioso.

Existe o mundo imaterial, causal, de onde procede o hálito da vida, que impregna a matéria orgânica e a impulsiona na sua fatalidade biológica, e aguarda o retorno desse princípio inteligente cada vez mais lúcido e rico de complexidades do conhecimento e do sentimento.

Desse modo, o sentido existencial é o de aprimoramento pessoal com o conseqüente enriquecimento defluente da sabedoria que conduz à paz.

Ninguém se aniquila pela morte.

A melhor visão em torno da imortalidade é contemplar-se um cadáver do qual afastou-se o agente vitalizador, o Espírito que o acionava.

Não morrendo jamais a vida, todo o empenho deve ser feito em seu favor, de modo que a cada instante se adquiram melhores recursos de iluminação, de compaixão, de beleza, de harmonia.

Desse modo, não morreram também aqueles que a desencarnação silenciou, velando-os com a paralisia dos órgãos a caminho da decomposição.

Eles prosseguem na caminhada ascensional e mantêm os vínculos sentimentais com aqueloutros que lhes eram afeiçoados ou não, deles recordando-se e desejando intercambiar, a fim de afirmar que continuam vivendo conforme eram.

Se fizeres silêncio íntimo ao recordar-te deles, em sintonia com o pensamento de amor, eles poderão comunicar-se contigo, trazer-te notícias de como e de onde se encontram, consolando-te e acalmando-te, ao tempo em que te prometem o reencontro ditoso, mais tarde, quando também soar o teu momento de retorno.

Ao invés da revolta inútil porque se foram, pensa que a distância aparente é apenas vibratória e conscientiza-te de que nada aniquila o amor, essa sublime herança do Pai Criador.

Utiliza-te das lembranças queridas e envia-lhes mensagens de esperança e de ternura, de gratidão e de afeto, de forma que retemperem o ânimo e trabalhem pela própria iluminação, vindo em teu auxílio, quando as circunstâncias assim o permitirem...

Não os lamentes porque desencarnaram, nem os aflijas com interrogações que ainda não te podem responder.

Acalma a ansiedade e continua amando-os, assim contribuindo para que permaneçam em paz e cresçam na direção de Deus sendo felizes.

* * *

A morte é a desveladora da vida em outras expressões.

Jesus retornou da sepultura vazia para manter o contato com os corações queridos, confirmando a grandeza da imortalidade a que se referira antes, demonstrando que o sentido existencial é o da aquisição dos tesouros do amor e da amizade, para a conquista da transcendência.

Ora pelos teus desencarnados, envolve-os em carinho e vive com dignidade em homenagem a eles, que te esperam além da cortina de cinza e sombra, quando chegar o teu momento de libertação.

Joanna de Ângelis
Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco,
na tarde de 19 de maio de 2008, Esch, Ducado de Luxemburgo.
Em 01.02.2009

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

DIFERENÇA


DIFERENÇA
"Crês que há um só Deus: fazes bem. Também os demônios o crêem, e estremecem".- (TIAGO, 2:19).



A advertência do apóstolo é de essencial importância no aviso espiritual.

Esperar benefícios do Céu é atitude comum a todos.

Adorar o Senhor pode ser trabalho de justos e injustos.

Admitir a existência do Governo Divino é traço dominante de todas as criaturas.

Aceitar o Supremo Poder é próprio de bons e maus.

Tiago foi divinamente inspirado neste versículo, porque suas palavras definem a diferença entre crer em Deus e fazer-Lhe a Sublime Vontade.

A inteligência é atributo de todos.

A cognição procede da experiência.

O ser vivo evolve sempre e quem evolve aprende e conhece.

A diferenciação entre o gênio do mal e o gênio do bem permanece na direção do conhecimento.

O demônio, como símbolo de maldade, executa os próprios desejos, muita vez desvairados e escuros.

O anjo identifica-se com os desígnios do Eterno e cumpre-os onde se encontra.

Recorda, pois, que não basta a escola religiosa a que te filias para que o problema da felicidade pessoal alcance a solução desejada.

Adorar o Senhor, esperar e crer nEle são atitudes características de toda a gente.

O único sinal que te revelará a condição mais nobre estará impresso na ação que desenvolveres na vida, a fim de executar-lhe os desígnios, porque, em verdade, não adianta muito ao aperfeiçoamento o ato de acreditar no bem que virá do Senhor e sim a diligência em praticar o bem, hoje, aqui e agora, em seu nome.

EMMANUEL (Espirito)


Do livro Fonte Viva - Mediunidade de Francisco Cândido Xavier

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

NATAL NOS QUINHENTOS ANOS






Senhor Jesus,
Há bons quinhentos anos,
Entre festejos profanos,
Como heranças portuguesas,
O Brasil ergue-Te mesas
Repletas de alimentos
E taças mil, coloridas,
Expressando os sentimentos
Que impulsionam nossas vidas.

Trocando mimos, regalos
Por entre votos felizes
Não oculta as cicatrizes
De velhas ou novas chagas.
Sem limites ou intervalos.

Hoje, porém, mais crescidos
Nas coisas espirituais
Já compreendemos bem mais
O sentido da Tua vinda,
Nobre saga em luz tão linda,
Junto a nós, Teus assistidos.

Por isso, Amigo Querido,
Bom Mestre da Humanidade,
Por sentir-Te um pouco mais
No cerne, na intimidade,
Por nossas lutas gerais
Roga o país comovido:

Pelos pais atormentados
Com filhos embriagados
Por drogas, pelo alcoolismo.
Por quem, no negativismo,
Espalha em todos os lados
Crimes, prantos e violência,
Seguindo em triste demência
Por rumos desencontrados.

Por aqueles revoltosos
Sem nunca entender a morte,
Que se imaginam sem norte
No mundo de provações,
Amargando os corações
Entre moços, entre idosos.

Temos-Te por nossa Estrela,
Bom Senhor, no mundo, agora,
Junto àquele que estertora
Na esfera de frio e fome,
Nessa angústia que consome
Quem, a sós, vive a sofrê-la.

Ampara o velho e a criança
Que nas vias do abandono
Têm pesadelos, sem sono,
Sem futuro garantido,
Sem programa definido
De trabalho, de esperança.

Inspira, Senhor Augusto,
Aos poderosos da Terra
P’ra que se afastem da guerra
Fratricida e sem sentido,
P’ra que o povo, hoje abatido,
Possa então, viver sem susto.

Fortifica tanta gente,
Que vivendo o anonimato,
Faz da vida um bem, de fato,
Dando pão, remédio, ensino,
Protege idoso ou menino
Por amor fraterno e ardente.

A quem resgata servindo
Nos passos da educação,
Que engendra a renovação
Para um porvir de excelência
Rogamos Tua assistência
Para a paz que estão construindo.

No Brasil que Te conhece
Nas meditações, nas crenças,
Teu Natal traz diferenças
P’ra que entendamos, então,
Que o Teu berço é o coração
Que Teu povo Te oferece.

Sebastião Lasneau

Mensagem psicografada pelo médium Raul Teixeira em 11/10/00, na Sociedade Espírita Fraternidade, Niterói – RJ.

Publicada no Jornal Mundo Espírita em dezembro de 2000.