quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

A Educação do Pensamento


A EDUCAÇÃO DO PENSAMENTO

Comandando o cérebro está a mente, manancial dos nossos pensamentos.
Quando a mente lança um pensamento no ar, materializa uma onda de natureza sutilíssima, cujo comprimento e vitalidade dependem da potência mental e da constância no pensar. Essa onda pode ser captada por outra estação mental, quando lhe sintoniza, mantendo-se ambas em comunhão, absorvendo e fazendo absorver, em troca de idéias geradoras de sombras ou luminosidade, conforme seja teor da mensagem intercambiada.

O pensamento possui a propriedade de modelar formas e imagens,, sendo estas efêmeras ou duradouras, a depender das energias que as alimentem. Vibrando nos acordes do amor, ilumina o perispírito, dando-lhe leveza, fazendo com que tais energias dele se volatizem, sem deixar qualquer nódoa ou mancha prejudicial. No sentido oposto, detendo-se no ódio, as energias hostis que o alimentam, deixam resíduos indesejáveis, fuligem cáustica no tecido perispiritual, cuja drenagem geralmente se faz através do corpo físico, em formas patogênicas diversas.
O corpo físico funcionando qual aspirador ou mata-borrão para os fluidos densos acumulados no perispírito, atrai para si as mazelas resultantes do descontrole do Espírito. Grande é a responsabilidade com o nosso pensar. O pensamento, sempre antecedendo a ação, nos indica ser o seu controle uma regra áurea para as boas construções. Quando são selecionados e sintonizados com o bem, agem como bisturis removendo os hematomas perispirituais, em cirurgias plásticas modeladoras.
Jamais afastaremos os hábitos seculares anti-fraternos sem a renovação dos pensamentos. Quando pensamos de maneira altruísta abrigando a paz, a doação, a fraternidade, nosso ser fica impregnado de energias revigorantes, facultando pela persistência destas a expulsão das idéias e imagens que não sintonizam com o novo estágio de evolução. Ao mesmo tempo, fechamos a porta para idéias pessimistas, que não conseguem se sobrepor à calma e à confiança embasadas no bom ânimo da fé raciocinada.
O desejo de renovação, no entanto, não pode ser neurotizante, impondo uma fuga dos cenários do mundo, nem uma autofiscalização castrativa e geradora de desejos de autopunição. É o velho conselho de estar no mundo sem ser do mundo e estar com eles sem ser um deles.
Quanto mais renovado o ser, mais entendimento traz para com as fraquezas alheias, sem contudo pactuar com elas. Selecionar pensamentos, policiar-se, não é tentar soterrar a todo custo a inferioridade que habita em nós e que aflora muitas vezes ao dia. É entender com naturalidade e com maturidade que a possuímos e envidar esforços para diminuí-la a cada dia , visto ser a evolução fruto de milênios. È não render-se ao comodismo; é o querer dinâmico; o conhecer a si para mudar a si; fazer luz, modelando o perispírito em formas translúcidas e menos vulneráveis às investidas da dor.
Comecemos cultivando o otimismo, a meditação, o estudo sério e compenetrado, o trabalho edificante e a prece, que isso afasta as idéias deprimentes oriundas da acomodação, das lamentações da ignorância e da maledicência.
Kardec, ao analisar o poder da prece, afirmou: “Possuíamos em nós mesmos, pelo pensamento e a vontade, um poder de ação que se estende muito além dos limites de nossa esfera corpórea” Essa força corresponde ao poder de ação do Espírito, que manipula, na sua força e velocidade extraordinária no espaço, manipulando os fluídos espirituais justamente “com o auxilio do pensamento e da vontade”,como ensinou o Codificador em A GENESE . É pelo pensamento, então, que direciona, molda e qualifica esses fluidos, produzindo dessa forma extensa fenomenologia.
O pensamento como atributo do Espírito, é o elemento básico sobre que se assentam nossa felicidade e nossa desdita, pois qualifica nossa vida intima, psíquica, pois que através dele influenciamos, e somos influenciados, permutando naturalmente vibrações positivas ou negativas. O pensamento é a força propulsora de ondas mentais que se deslocam pela incomensurabilidade infinita na dualidade relativa tempo-espaço!
“Os Espíritos nos influenciam mais do que imaginamos”, item 459 de O Livro dos Espíritos. O centro de irradiação e de captação é cada individuo. O nosso pensamento somente sintoniza com pensamentos que se complementam (afins) e dessa forma atraímos pra junto de nós aqueles que se identificam conosco mentalmente. “Diz-me com quem andas e direi quem tu és” que não é diferente deste outro: “dize-me o que pensas e te direi com quem estás em sintonia” nestas dimensões que se interpenetram a do ser encarnado e a do ser desencarnado.
Sem dúvidas, saber direcionar bem os pensamentos, mantendo-o otimistas, alegre, perseverando sempre no bem, desvinculando-o sempre do que se pode chamar as barreiras que nos retardam a marcha na direção, a do primado do Espírito, o nosso real destino como seres eternos e vivendo sob o olhar de Deus.
No mundo temos documentos como a identidade, passaporte e todos os papeis de identificação como cidadãos em transito. Não poderia ser diferente como cidadão do Universo e da Vida que tivéssemos um documento a altura da vilegiatura na dupla dimensão em que vivemos, pois não há limites entre a dimensão visível e a invisível e ambas se interpenetram, sendo por isso mesmo o perispírito esse documento fantástico, o nosso arquivo, cujo documento é um livro aberto,uma janela escancarada da alma! Se na existência corpórea conseguimos ocultar o que pensamos, na dimensão do mundo maior, a dimensão meta-fisica estamos sendo observados e as interferências existem dentro das chamadas leis de atração universal.
“As ocupações dos Espíritos são incessantes?” Indaga Allan Kardec e os venerandos Espíritos respondem, conforme o ítem 563 de O Livro dos Espíritos: “Incessantes, sim, entendendo-se que seu pensamento é sempre ativo, pois vivem pelo pensamento. Mas é preciso não comparar as ocupações dos Espíritos às ocupações materiais dos homens. A atividade é para eles um prazer, pela consciência que têm de serem úteis.” Mas, o mestre lionês retorna a carga no ítem 563a “Isso se concebe para os bons Espíritos; mas ocorre o mesmo com os Espíritos inferiores?” e os Espíritos da codificação respondem: “Os Espíritos inferiores têm ocupações apropriadas à sua natureza. Acaso confiais ao aprendiz e ao ignorante os trabalhos do homem de inteligência?” O Codificador ainda insiste no ítem 564 do mesmo livro: Entre os Espíritos há os que são ociosos ou que não se ocupam com nenhuma coisa útil?” E os incansáveis amigos respondem: “Sim, mas esse estado é temporário e depende do desenvolvimento de sua inteligência. Certamente há, como entre os homens, os que vivem somente para si mesmos; mas essa ociosidade lhes pesa e cedo ou tarde o desejo de avançar lhes faz sentir que a atividade é necessária e ficam felizes em se tornar úteis. Falamos dos Espíritos que atingiram o ponto de ter consciência de si mesmos e de seu livre-arbitrio. Em sua origem, nesse despertar, são como crianças que acabam de nascer e que agem mais por instinto do que por vontade determinada.
Cada qual de nós é peça importante na transformacao do mundo em que vivemos, iniciando as mudanças em nós mesmos! É imperioso usar o pensamento para a descoberta das potencialidades em nosso mundo interior, conhecendo-nos, desnudando-nos e, consequentemente, imprimir novo rumo à nossa caminhada. Esse deve ser o nosso verdadeiro desiderato na nossa viagem cósmica ao amanhã do Espírito Imortal!

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