quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Atualização de Cultura





Não é de hoje que nos preocupamos com este assunto no movimento espírita. Ainda há pouco tempo, em palestra proferida na Mocidade Espírita do Estado de São Paulo, cujo ambiente nos causou a melhor impressão possível, fizemos ver (e não dissemos com isto nenhuma novidade, bem o sabemos) que o Espiritismo é uma doutrina bastante arejada para nos fazer compreender certos fenômenos da nossa época. Todavia, e nunca é demais insistir neste ponto, é indispensável que os responsáveis pela divulgação e apresentação da doutrina procurem atualizar

se, principalmente em relação as mais frisantes exigências do momento. A cultura desatualizada, ainda que tenha grande lastro de erudição, corre os risco de ficar estagnada diante de fatos novos. Muita gente pensa que a condição de espírita nos afasta do mundo ou nos põe completamente a margem das aquisições científicas e das descobertas do pensamento. Pensar assim é colocar se em contraposição ao próprio espírito progressivo da doutrina.

Se o espiritismo não teme as descobertas da Ciência, como disse Allan Kardec, certamente os seus adeptos mais esclarecidos, os seus propagadores mais convictos devem acompanhar as atividades culturais, notadamente nos campos que ofereçam mais elementos de confronto com o Espiritismo. Não se deve, pois, abandonar a curiosidade intelectual, que é uma necessidade do espírito, é um meio de se ficar em dia, tanto quanto possível, com a evolução geral dos conhecimentos e das idéias. Já se vê, portanto, que o Espiritismo, já pela sua estrutura, já pela suas conseqüências, não pode ser limitado por uma concepção qualquer, como se realmente temesse os desafios da Ciência e o raciocínio claro. O Espiritismo é uma doutrina de natureza transitiva, porque procura comunicação com o mundo exterior a fim de interpretar os fenômenos da vida e da cultura em todos os seus aspectos. Não é, nem poderia ser uma doutrina hermética nem muito menos devocional.

Todas as revoluções cientificas, na Biologia como na Psicologia, na Astronomia como na Física, e assim por diante, interessam ao Espiritismo, uma vez que sua doutrina estuda um dos elementos constitutivos do Universo e, por isso mesmo, toca forçosamente na maior parte das ciências. Quem o afirma é ainda Allan Kardec, Gênese capitulo I número 18. Estamos vendo, assim, que o Codificador encara o Espiritismo através de uma perspectiva universalista, sempre com o sentido de conjunto, pois a Verdade não é exclusivista nem se configura por inteiro dentro de um compartimento ou de um sistema de idéias. A Verdade manifesta se em várias direções do espírito, e de vários modos, através de uma rede infindável de experiências e contribuições. O Espiritismo tem, portanto, uma visão global do conhecimento. Dentro dessa concepção, que transcende a toda e qualquer posição unilateral, podemos muito bem considerar certos fenômenos à luz da Doutrina Espírita, ainda que esses fenômenos ocorram em searas estranhas. Não nos esqueçamos de que o Espiritismo tem relação com diversas ciências.

Se, por exemplo, surge um conceito novo de matéria, devido a uma pesquisa especial ou revolucionária, podemos e devemos testar esse conceito com o Espiritismo e verificar, depois disso, se há realmente alguma novidade ou se advém daí algum enriquecimento para a Doutrina. Há ocasiões em que certas novidades são apenas rótulos, mas também há ocasiões em que se colhe alguma coisa interessante para aumentar o cabedal que a doutrina já consagrou no tempo e no espaço; o que não esta certo, o que não é atitude espírita é ignorar um fenômeno ou não tomar conhecimento de uma descoberta científica, seja lá onde for, venha por quem vier, desde que nesse fenômeno ou nessa descoberta haja um aspecto positivo, haja um ponto de interesse para o Espiritismo. Até mesmo no campo do materialismo, e nisto se vê a liberalidade e amplitude do Espiritismo, se aparecer uma verdade ou se alguém revelar um fato novo, essa verdade ou esse fato deve merecer a nossa atenção.

O Espiritismo não pode ignorar a desintegração atômica, como não pode ficar indiferente às viagens interplanetárias nem deve permanecer alheio às investigações da Parapsicologia ou de qualquer outra escola que estude o psiquismo humano, apesar das divergências de interpretação. Cabe ao Espiritismo, nesta mesma ordem de idéias, mostrar os exageros e os equívocos da Psicanálise, mas não deve tomar atitude hostil ou repelir a investigação psicanalítica, a não ser quando essa investigação se desgarra do verdadeiro espírito científico, enveredando pela desonestidade ou pelos recursos interesseiros. Fora disto, no terreno elevado ou imparcial da perquirição científica, o Espiritismo não pretende condenar coisa alguma, porque lhe cumpre observar e analisar sempre. Este, na realidade, é o espírito da doutrina. Cabe, agora, aos seus adeptos a parte de execução, que é nada mais nada menos, a afirmação desse espírito em seus comportamentos perante as solicitações da cultura e as circunstâncias da vida. Se aparece uma teoria nova, por mais discrepante que ela se nos afigure, o que devemos fazer é examiná-la, criticá-la se for necessário, mas nunca devemos chegar ao extremo das reprovações inquisitoriais, pois o Espiritismo também não receia a luz de nenhuma teoria ou idéia renovadora. Em nenhum caso, fosse qual fosse o pretexto, seria admissível o imprimatur no meio espírita. O Campo da idéias deve ser livre, tanto quanto é livre o campo da crítica e da discordância. Não importa que uma obra venha do Alto ou tenha origem terrena, pois todas as idéias, qualquer que seja a fonte ou o veículo, podem ser criticadas ou rejeitadas. Fora disto, não compreendemos o comportamento espírita.

Se assim procedemos, ou devemos proceder, em consonância com o caráter da doutrina, é claro que temos condições para resistir a quaisquer teorias ou mensagens fantasiosas, evitando o perigo de se incorporar à doutrina, como se com ela estivesse de completo acordo, o fruto de simples suposições particulares, tanto faz de espírito desencarnado como encarnado. Justamente por isso é que nos preocupamos, há muito, com a atualização da cultura no meio espírita, a fim de evitar que certas terminologias impressionantes ou certas idéias fascinantes sejam aceitas em nosso meio como revelações incontestáveis ou como realizações científicas. Duas necessidades, portanto, se impõem cada vez mais em nosso movimento; estudo sério da obra de Allan Kardec e atualização dos conhecimentos gerais, para que se compreenda bem a solidez do Espiritismo em face das revoluções científicas de nossa época. O Espiritismo, com isto, se tornará ainda mais respeitado e nunca deixará de ser, ao mesmo tempo, uma fonte de consolações e esperanças.

Deolindo Amorim

(Anuário Espírita de 1965)

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

CAUSA DAS AFLIÇÕES




A Terra é uma grande escola, na qual os homens são matriculados pela divindade, a fim de que aprendam a viver.

Mas o aprendizado sempre exige algum esforço para efetivar-se.

Nos colégios da Terra, o aluno não aprende a lição a menos que dedique algumas horas ao estudo.

Também na esfera profissional toda nova tarefa demanda alguma dedicação, até ser desempenhada a contento.

No contexto maior da vida, a situação não é diferente.

Somos chamados ao burilamento de nosso ser, mediante o enfrentamento de inúmeras situações.

As dificuldades são inerentes a nossa posição de aprendizes.

Se já fôssemos mestres na arte de viver, à semelhança de Jesus, tudo nos seria fácil.

O Amigo divino é nosso maior exemplo de alguém que sabe viver.

Ele transitou entre seres rudes e cruéis, mas não gastou seu tempo em contendas.

Ao invés de isolar-se das criaturas, amou-as ternamente.

Acolheu os equivocados, embora não aprovasse seus equívocos.

Jesus foi doação, trabalho, compreensão e perdão, em todas as circunstâncias.

Ele jamais titubeou em sua condição de mestre.

O Cristo é o modelo que nos foi enviado por Deus.

A distância que separa nosso comportamento do dele bem evidencia o longo caminho que temos a percorrer.

É justamente a ignorância que nos dificulta o viver.

Afinal, para quem já domina determinado assunto, este parece fácil, ainda que guarde grande complexidade.

Esse raciocínio demonstra o papel que as dificuldades cumprem em nossa vida.

Elas constituem nossos desafios, revelam as lições que necessitamos aprender.

Por vezes revestem-se de caráter aflitivo, justamente para nos incitar ao esforço necessário para vencê-las.

Desse modo, fica claro que a principal causa das aflições que nos atingem, reside em nosso estado de ignorância.

Essa ignorância tanto se traduz pela falta de conhecimento, como pela má vontade de viver o que sabemos ser correto.

Quando nos esclarecermos, quando formos plenos de virtudes, não mais necessitaremos de experiências dolorosas.

Na verdade, as falhas morais das criaturas constituem a origem imediata da maioria absoluta de suas dores.

Não são raros os protestos contra a providência divina, quando o próprio sofredor deu causa as suas agruras.

Muitas enfermidades decorrem da falta de equilíbrio no beber e no comer.

Quantos pais reclamam dos filhos, mas não gastaram tempo orientando os próprios rebentos.

Inúmeras pessoas entregam-se ao vício da maledicência e depois se surpreendem por conviver com desafetos.

Há quem reclame pela ausência de carinho no núcleo familiar, mas jamais se preocupou em estreitar laços de afeto com os seus.

Incontáveis gastam seus recursos com futilidades e depois reclamam da falta de dinheiro.

Outros não se dispõem ao estudo e se afirmam injustiçados, por falta de oportunidades na vida.

Em tudo isso vê-se a presença de inúmeros vícios que infelicitam a humanidade.

O homem sensato e operoso, por certo enfrenta menores obstáculos do que o leviano.

É impossível colher uvas de espinheiros.

Quem não joga boas sementes no solo da vida não pode reclamar pela ausência de boa colheita.

Assim, é importante refletir sobre a forma como estamos gastando nosso tempo na terra.

Demonstramos esforço sincero no aprendizado do ofício de viver ou parecemos crianças teimosas, clamando por corrigenda?

Se queremos paz, se desejamos a libertação do sofrimento, não há muitas alternativas.

Somente o abandono da ignorância e dos vícios, pela vontade firme de conquistar virtudes, possui o condão de nos libertar.

Pensemos nisso.


ESPECIAL:

Seleção do Momento Espírita!
--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

DEUS SABE


Deus Sabe
Há momentos muito difíceis, que parecem insuperáveis, enriquecidos de problemas e dores que se prolongam, intermináveis, ignorados pelos mais próximos afetos, mas que Deus sabe.

Muitas vezes te sentirás à borda de precipícios profundos, em desespero, e por todos abandonado. No entanto, não te encontrarás a sós, porque, no teu suplício, Deus sabe o que te acontece.

Injustiçado, e sob o estigma de calúnias destruidoras, quando, experimentando incomum angústia, estás a ponto de desertar da luta, confia mais um pouco, e espera, porque Deus sabe a razão do que te ocorre.

Vitimado por cruel surpresa do destino, que te impossibilita levar adiante os planos bem formulados, não te rebeles, entregando-te à desesperação, porque Deus sabe que assim é melhor para ti.

Crucificado nas traves ocultas de enfermidade pertinaz, cuja causa ninguém detecta, a fim de minimizar-lhe as conseqüências, ora e aguarda ainda um pouco, porque Deus sabe que ela vem para tua felicidade.

Deus sabe tudo!

Basta que te deixes conduzir por Ele, e sintonizado com a Sua misericórdia e sabedoria, busca realizar o melhor, assinalando o teu caminho com as pegadas de luz, características de quem se entregou a Deus e em Deus progride.

* * *

Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Filho de Deus.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Salvador, BA: Livraria Espírita Alvorada.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

AMAR É...


AMAR É...


O que é o amor? É sentimento. É estado d´alma?

E como buscá-lo, como vivê-lo. desde que todos os grandes Espíritos que vieram à Terra disseram ser ele o caminho seguro?

Os conceitos atribuídos ao amor são inúmeros. As discussões filosóficas tornam-se sem fim. Porém, o que realmente precisamos conhecer é sua prática, sua vivência em nossos dias.

A compreensão maior virá como consequência, como se precisássemos estar em seu íntimo para finalmente descobri-lo. O amor é o sacrifício pelo próximo que, aos olhos do mundo, é pesado, é difícil, mas para quem ama é leve, gratificante.

Amar é interessar-se pela vida do outro, é perguntar: Como foi seu dia? É questionar: Você está bem? E estar realmente atento para ouvir a resposta. Amar é modificar nossa rotina para ouvir um amigo, fazer-lhe uma visita, levar notícias boas. Amar é reunir a família, sem a necessidade de uma comemoração especial, apenas para celebrar a presença de todos, para fortalecer os laços.

Amar é adiar um sonho para atender as necessidades de um filho, de um pai, de uma mãe.

Amar é respeitar as opiniões dos outros, mesmo que elas sejam diferentes das nossas.

É abraçar os familiares, não apenas quando celebrem aniversários, ou conquistas, mas sempre que o coração lembrar do quanto se querem bem.

Amar é chorar junto. É sorrir junto. É sempre guardar a esperança de que tudo será melhor.

Amar é saber dizer sim. É saber dizer não. É saber ouvir um sim, saber ouvir um não.

Aqueles que amamos jamais serão um peso em nossas vidas. Pelo contrário, serão eles que nos farão mais leves. Serão eles os agentes que farão com que nossa consciência esteja satisfeita, que nosso íntimo receba energias revigorantes do Alto, fazendo-nos mais felizes.

O verdadeiro amor não está distante. Não está apenas nos romances literários, nos poemas inspirados, nas imagens dos sonhos. Ele está conosco nos pequenos gestos de carinho, nas gentilezas inesperadas, nas renúncias.

O verdadeiro amor não está distante. Ele aguarda apenas que as mãos fortes da vontade o alcancem, e concedam-lhe a chance de respirar os ares do mundo.

* * *

Os Espíritos Superiores nos ensinam que amar, no sentido profundo do termo, é o homem ser leal, probo, consciencioso, para fazer aos outros o que queira que estes lhe façam.

É procurar em torno de si o sentido íntimo de todas as dores que acabrunham seus irmãos, para suavizá-las.

É considerar como sua a grande família humana, porque essa família todos a encontraremos, dentro de certo período, em mundos mais adiantados, e os Espíritos que a compõem são, como nós, filhos de Deus, destinados a elevar-se ao infinito.



Redação do Momento Espírita, com base no cap. XI, item 10 de O Evangelho segundo o Espiritismo , de Allan Kardec, ed. Feb.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

PAPAI NÃO MORREU


Papai não morreu

Aquele fora um dia diferente...

A tarde caía rápida e fria e o vento na folhagem amarelada anunciava que a chegada do inverno estava próxima.

Mateus, era um garoto de dez anos e se acostumara às alegrias descontraídas de sua pequena família, composta pelos pais e uma irmã mais nova que com ele compartilhava das brincadeiras infantis.

Mas a vida nem sempre nos reserva surpresas agradáveis. Era isso que Mateus descobrira naquele dia em que contemplava o corpo do pai, a quem tanto amava, estendido num caixão sobre a mesa.

Todos enxugavam o pranto, mas ele tinha nos olhos grossas lágrimas que se recusavam a cair.

Nunca havia experimentado um sentimento igual. Era como se algo dentro do seu coraçãozinho tivesse se partido em mil pedaços.

O enterro foi consumado...

A vida deveria seguir seu curso, mas em seu lar faltava alguém. Faltava a figura respeitável do pai amado.

Sobrava um lugar à mesa. Sobrava o pedaço de frango predileto do papai. O pudim se demorava na geladeira.

E Mateus pensava em como suportaria tanta amargura e saudade.

No entanto, a volta às aulas, às brincadeiras com a irmã, os piqueniques, as tardes no parque, trouxeram novo alento ao seu coração juvenil.

Um dia, a visita de uma amiga da família trouxe de volta as lembranças tristes.

A mãe falava da falta que sentia do companheiro. Dizia que a saudade lhe acompanhava de perto e que era difícil a vida depois que o marido morrera.

E Mateus que, não muito longe escutava a conversa das amigas, aproximou-se e disse com a segurança de quem tem certeza:

- Mamãe, você disse que o papai morreu, mas eu asseguro que isso não é verdade.

A mãe olhou-o com ternura e desejando consolá-lo, disse:

- Sim filho, o papai vive além da cortina que nos separa dele momentaneamente.

- Não, mamãe! O papai vive e viverá para sempre.

- Ele vive em mim através de tudo o que me ensinou...

- Quando sou obediente, eu o sinto em minha intimidade porque foi ele quem me ensinou a obedecer.

- Quando sou honesto, lembro-me das muitas vezes que ele enalteceu a honestidade.

- Quando perdôo meus amigos, quase o ouço dizer: "filho, quem perdoa não adoece porque não guarda o lixo da mágoa na intimidade.

- Quando sinto que a inveja deseja instalar-se em minha alma, lembro-me de ter ouvido de seus lábios: "a inveja é um ácido corrosivo que prejudica quem a alimenta."

- E quando, por fim, meu coração se enche de saudade e penso que não mais a suportarei, uma suave brisa perpassa meu ser e ouço sua voz falando baixinho: "filho, eu estou ao seu lado, não duvide".

- E é assim, mãezinha, que eu sei que papai não morreu. Sinto que ele continua vivo, não somente atrás da cortina que temporariamente nos separa, mas também através da herança de amor que legou a todos nós.

Pense nisso!

Quem deseja plantar apenas por alguns dias, planta flores...

Quem deseja plantar para alguns anos ou séculos, planta árvores.

Mas quem quer plantar para a eternidade, planta idéias nobres nos corações daqueles a quem ama.

Pense nisso!



Redação do Momento Espírita

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

AVALIAÇÃO






Quando tiveres superado graves problemas de relacionamento no grupo das pessoas queridas, não te detenhas na lembrança das aflições e lágrimas que, porventura, tenhas trazido por dentro do próprio coração. Pensa no concurso recebido de benfeitores da Vida Maior que te escoraram, na travessia de inesperadas perturbações.

Quando saíste desse ou daquele acidente, sem calamidades fatais, não te fixes na recordação das fases difíceis de semelhante acontecimento. Reflete no auxílio dos Enviados do Bem que conseguiram colocar-te a salvo de conseqüências a lamentar.

Quando venceste lutas e tentações que te situavam às portas da insanidade ou do suicídio, não te demores na rememoração dos fatos que te impeliam a enganos e alucinações. Medita na dedicação dos Amigos Espirituais, domiciliados em Plano Superior , que te evitaram a queda nos despenhadeiros da sombra.

Quando varaste o tratamento da saúde comprometida por enfermidade complexa, não te cristalizes na idéia de doença e sofrimento. Imagina a generosidade dos Mensageiros da Luz que te reduziram as crises orgânicas, sem que disso te apercebesses, socorrendo-te, tanto na assistência médica como também no carinho daqueles que te rodeiam, a fim de que se te alongue a existência na Terra, com a oportunidade de trabalhar. Ainda mesmo nas provas que consideres claramente infelizes, não te craves em pensamentos de tristeza ou desânimo.

Avalia as bênçãos que te ficam no balanço de quaisquer ocorrências e agradece o saldo dos recursos e vantagens com que a Misericórdia Divina te favorece, na certeza de que os Emissários dos Céus te ajudarão a reconhecer que Deus, em qualquer situação e em qualquer tempo, faz, por nós todos, o que seja melhor.

(De “Amizade”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Meimei

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

CONSEGUES IR?




"Vinde a mim..."
- Jesus. (MATEUS, 11 :28.)


O crente escuta o apelo do Mestre, anotando abençoadas consolações. O doutrinador repete-o para comunicar vibrações de conforto espiritual aos ouvintes.
Todos ouvem as palavras do Cristo, as quais insistem para que a mente inquieta e o coração atormentado lhe procurem o regaço refrigerante...
Contudo, se é fácil ouvir e repetir o "vinde a mim" do Senhor, quão difícil é "ir para Ele!"
Aqui, as palavras do Mestre se derramam por vitalizante bálsamo, entretanto, os laços da conveniência imediatista são demasiado fortes; além, assinala-se o convite divino, entre promessas de renovação para a jornada redentora, todavia, o cárcere do desânimo isola o espírito, através de grades resistentes; acolá, o chamamento do Alto ameniza as penas da alma desiludida, mas é quase impraticável a libertação dos impedimentos constituídos por pessoas e coisas, situações e interesses individuais, aparentemente
inadiáveis.
Jesus, o nosso Salvador, estende-nos os braços amoráveis e compassivos. Com ele, a vida enriquecer-se-á de valores imperecíveis e à sombra dos seus ensinamentos celestes seguiremos, pelo trabalho santificante, na direção da Pátria Universal...
Todos os crentes registram-lhe o apelo consolador, mas raros se revelam suficientemente valorosos na fé para lhe buscarem a companhia. Em suma, é muito doce escutar o "vinde a mim"...
Entretanto, para falar com verdade, já consegues ir?



Do livro FONTE VIVA
FRANCISCO CANDIDO XAVIER
DITADO PELO ESPÍRITO EMMANUEL

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

TEMPO DA REGRA ÁUREA



"Assim, tudo o que vos quereis
que os homens vos façam, fazei-o
também vos a eles; esta é a lei
e os profetas."
(S.Matheus cap.7 v.12)
Faremos hoje o bem a que aspiramos receber.

*

Alimentaremos para com os semelhantes os sentimentos que esperamos alimentem eles para conosco.

*

Pensaremos acerca do próximo somente aquilo que estimamos pense o próximo quanto a nós.

*

Falaremos as palavras que gostaríamos de ouvir.

*

Retificaremos em nós tudo o que nos desagrade nos outros.

*

Respeitaremos a tarefa do companheiro como aguardamos respeito para a responsabilidade que nos pesa nos ombros.

*

Consideraremos o tempo, o trabalho, a opinião e a família do vizinho tão preciosos quanto os nossos.

*

Auxiliaremos sem perguntar, lembrando como ficamos felizes ao sermos auxiliados sem que dirijam perguntas.

*

Ampararemos as vítimas do mal com a bondade que contamos receber em nossas quedas, sem estimular o mal e sem esquecer a fidelidade a prática do bem.

*

Trabalharemos e serviremos de moldes que reclamamos do esforço alheio.

*

Desculparemos incondicionalmente as ofensas que nos sejam endereçadas no mesmo padrão de confiança dentro do qual aguardamos as desculpas daqueles a quem porventura tenhamos ofendido.

*

Conservaremos o nosso dever em linha reta e nobre, tanto quanto desejamos retidão e limpeza nas obrigações daqueles que nos cercam.

*

Usaremos paciência e sinceridade para com os nossos irmãos, na medida com que esperamos de todos eles paciência e sinceridade, junto de nós.

*

Faremos, enfim, aos outros o que desejamos que os outros nos façam.

*

Para que o amor não enlouqueça em paixão e para que a justiça não se desmande em despotismo, agiremos persuadidos de que o tempo da regra áurea, em todas as situações, agora ou no futuro, será sempre hoje.

* * *

Da obra: Opinião Espírita.
Ditado pelo Espírito Emmanuel ao médium Francisco Candido Xavier