terça-feira, 31 de março de 2009

A LUZ DO MUNDO


Depois de liberar a mulher que estava sendo acusada de adultério, Jesus afirmou: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, pelo contrário terá a luz da vida”. (João, 8;12).

O Evangelho de João, que registra esses fatos, informa, que os fariseus questionaram a veracidade da afirmação de Jesus por estar testificando de si mesmo, ao que o Mestre respondeu: “Posto que eu testifico de mim mesmo, o meu testemunho é verdadeiro, porque sei donde vim, e para onde vou; mas vós não sabeis donde venho, nem para onde vou.” (João, 8:13-14).

Os Espíritos Superiores esclarecem, através da Doutrina Espírita, que Jesus é o Guia e Modelo para toda a Humanidade. Veio para ensinar e exemplificar a prática das Leis de Deus e para mostrar o caminho da evolução e aprimoramento que cabe a todos trilhar, deixando testemunhos que marcaram a história do mundo e sinalizaram com clareza e abundância de informações o roteiro que nos cabe seguir.

O curto período em que esteve convivendo com os homens foi suficiente para deixar-nos um manancial de ensinos, exemplos, testemunhos, gestos e atitudes sempre marcados pela vivência incondicional da Lei de Amor, o que o levou a afirmar: “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros assim como eu vos amei.” (João 13:34).

Nesta fase de transição em que os homens se agitam inquietos, andando nas trevas da violência, da incredulidade, da leviandade e, por decorrência, da dor, do sofrimento e da insegurança, a Luz do Cristo mostra o rumo a seguir na busca da paz interior que todos almejamos, ao mesmo tempo em que ilumina o caminho de libertação que a bondade divina a todos reserva.

A afirmação de Jesus, com a autoridade moral e espiritual que lhe é própria – que vem se consolidando no coração do homem desde os exemplos de amor e perdão testemunhados há dois mil anos -, representa um convite permanente à transformação interior, na substituição das trevas, que caracterizam nossas imperfeições, pela luz das virtudes que nos cabe conquistar.
O Reformador Dezembro/ 2004 – Editorial

domingo, 29 de março de 2009

Diante da Vida – II


A vida é o solo abençoado onde germinam as sementes de nossas ações. Sê tu, pois, como o prudente semeador que seleciona cuidadosamente o grão, a fim de que não sejam comprometidas a qualidade e a quantidade da colheita.
É compreensível que tu, ante o legado da vida, busques as flores e recuses os espinhos. Reflete, porém, que a ciência da felicidade não consiste apenas em colher flores, mas sobretudo em transformar em flores os espinhos que nos ferem.
Utiliza-te prudentemente do tempo, se não queres que o tempo te inutilize. Evita que tuas horas transcorram em vão, enchendo-as com uma atividade que te comunique, a cada instante, a alegria de te sentires permanentemente superado por ti mesmo. Nisso consiste o segredo dos que logram transcender os estreitos limites do tempo, para se sentirem partícipes do Eterno.
Sê forte, para venceres na luta pela vida. Mas, nunca te esqueças de que, para venceres verdadeiramente, muitas vezes terás de deixar que te vençam. Não há maior heroísmo do que saber suportar o peso da derrota.
Não alimentes o propósito de superar o teu semelhante em coisa alguma. É essa uma inferioridade que te ensina que é a ti mesmo e não a outrem que te importa superar. Persuade-te de que só há um triunfo digno de teu esforço: é o triunfo sobre ti mesmo.
Trata a todos com igual solicitude e não desdenhes de teu próximo, porque ele te pareça de condição inferior. Lembra-te de que tu e ele estais irmanados pela identidade de origem e destino. Se, entre ti e ele, existe a diferença de um rio para um regato, não olvides que ambos brotastes do seio da mesma terra e ireis fundir-nos na imensidade do mesmo oceano.
Abstém-te de fazer alarde de tuas boas qualidades. Sê modesto, como convém aos espíritos verdadeiramente perfeitos. O homem de bem assemelha-se à flor que, humildemente escondida na relva, oloriza com suavidade o ambiente em que viceja.
Jamais te prendas ao agressor por um ato de vingança, senão por um impulso de perdão. Vingando, tu te escravizas à dor; perdoando, tu te libertas dela. A vingança é filha do ódio e o perdão é filho do amor, e o ódio está para o amor, como o inferno está para o céu.
Guarda-te de te julgares um sábio. Nada melhor evidencia tua estulta presunção do que ignorares tua própria ignorância. Se nem sequer desvendaste o mistério de ti mesmo, como, pois, pretendes haver desvendado o mistério do universo que te circunda?
Inicia-te, pois, no conhecimento de ti mesmo, se queres conhecer a misteriosa essência das coisas. Não é fora de ti, mas em teu próprio intimo, que o Absoluto se te faz imediato e se te revela acessível.
Cultiva com carinho o teu espírito. Mas, não cuides simplesmente de ser culto, senão também de ser bom. A cultura poderá dar-te a gloria dos homens, mas só a bondade poderá conferir-te a glória de Deus.
Por que estranha incompreensão tu te queixas da dor que, ferindo-te, constrói teu glorioso porvir? Que te parece se o mármore informe e rude se queixasse do escultor que nele plasmasse uma forma divina?
Procura identificar a presença do bem no fundo de todas as coisas. Não há maior miséria de que ter olhos para somente ver a miséria.

(Do livro O Primado do Espírito, de autoria de Rubens Romanelli)

sábado, 28 de março de 2009

Diante da Vida – I


Milhões de vidas passaram antes de ti e consumiram-se na voragem do tempo. Passaram sem se encontrarem a si mesmas, porque passaram correndo atrás de outras vidas.
Não te iludas, buscando a vida fora de ti, no prazer, no dinheiro, na fama, na glória, porque o prazer, o dinheiro, a fama e a glória passarão no transito de todas as coisas e deixar-te-ão de mãos e coração vazios. Evita, pois, renovar o suplício constante de cada dia.
Jamais permitas que as convenções mundanas oponham embargos ao surto criativo da vida. Deixa que ela se exprima em ti, na plenitude e espontaneidade de suas forças, se realmente queres libertar-te da ilusão e escravidão dos sentidos.
Não procures caminhos para um encontro com a vida. Quem procura um caminho para vê-la, arrisca-se a não encontrá-la jamais. Entre ti e a vida não há caminhos, simplesmente porque entre ti e ela não há espaço, nem distâncias. Tu a desconheces, porque te desconheces a ti mesmo.
O segredo de tua felicidade está em conheceres a identidade da vida que está em ti com a vida que está em teu semelhante. Não pode haver conflito entre duas ou mais formas de vida, quando elas descobrem a identidade de sua essência.
Não te aflijas com a perda de teus haveres. Lembra-te sempre de que não há pobreza para aquele que compreendeu o espírito da vida.
Diante da vida, não tenhas medo ou coragem, porque medo ou coragem são atitudes incompatíveis com o espírito da vida. Tem simplesmente compreensão, porque compreensão é o que ela te pede, para franquear-te seus imensos tesouros.
Não pretendas fazer de tua vida uma copia ou arremedo de outras vidas. Cada qual deve ser a expressão de seu próprio destino, naquilo que este tem de mais nobre e sublime. Sê, pois, tu mesmo, sem limitações, nem simulações.
Recorda-te, a cada instante, de que tua vida se acha entrosada na complexa e misteriosa urdidura do universo. Nada, pois, do que existe te deve ser alheio ou indiferente.
Ama a tua vida, mas ama-a com aquele puro e desinteressado amor com que o artista ama a obra em que ele busca realizar-se. Dignifica-te nela, para que em ti se dignifique a própria humanidade.
A vida é feita de luta, mas, na luta pela vida, nunca assumas uma posição agressiva ou destrutiva, para que não agridas ou destruas a ti mesmo. Diante do mal, pratica o bem; diante da treva, faze a luz; diante do ódio, difunde o amor; diante da mentira, proclama a verdade.
Não penses que poderás evadir-te da vida, pela porta da morte, ou que, pela porta da morte, poderás ingressar na vida. Nunca estiveste ou estarás fora da vida, nem a vida esteve ou estará fora de ti. Toma, pois, consciência da vida que jaz oculta na profundeza de ti mesmo, se queres tomar consciência de tua eternidade.

(Do Livro, O Primado do Espírito, autoria de Rubens Romanelli)

terça-feira, 24 de março de 2009

BEM-AVENTURADOS OS POBRES DE ESPÍRITOS


Bem-aventurados os pobres de espírito, pois que deles é o reino dos céus. (S. MATEUS, cap. V, v. 3.)

A incredulidade zombou desta máxima: Bem-aventurados os pobres de espírito, como tem zombado de muitas outras coisas que não compreende. Por pobres de espírito Jesus não entende os baldos de inteligência, mas os humildes, tanto que diz ser para estes o reino dos céus e não para os orgulhosos.
Os homens de saber e de espírito, no entender do mundo, formam geralmente tão alto conceito de si próprios e da sua superioridade, que consideram as coisas divinas como indignas de lhes merecerem a atenção. Concentrando sobre si mesmos os seus olhares, eles não os podem elevar até Deus. Essa tendência, de se acreditarem superiores a tudo, muito amiúde os leva a negar aquilo que, estando-lhes acima, os depreciaria, a negar até mesmo a Divindade. Ou, se condescendem em admiti-la, contestam-lhe um dos mais belos atributos: a ação providencial sobre as coisas deste mundo, persuadidos de que eles são suficientes para bem governá-lo. Tomando a inteligência que possuem para medida da inteligência universal, e julgando-se aptos a tudo compreender, não podem crer na viabilidade daquilo que não conhecem. Consideram sem apelação as sentenças que proferem.
Se se recusam a admitir o mundo invisível e uma potência extra-humana, não é que isso lhes esteja fora do alcance; é que o orgulho se lhes revolta a idéia de uma coisa acima da qual não possam colocar-se e que os faria descer do pedestal onde se contemplam. Daí o só terem sorrisos de mofa para tudo o q eu não pertence ao mundo visível e tangível. Eles se atribuem espírito e saber em tão grande cópia, que não podem crer em coisas, segundo pensam, boas apenas para gente simples, tendo por pobres de espírito os que as tomam a sério.
Entretanto, digam o que disserem, forçoso lhes será entrar, como os outros, neste mundo invisível de que escarnecem. É lá que os olhos se lhes abrirão e eles reconhecerão o erro em que caíram. Deus, porém, que é justo, não pode receber da mesma forma aquele que lhe desconheceu a majestade e outro que humildemente se lhe submeteu às leis, nem os aquinhoar em partes iguais.
Dizendo que o reino dos céus é dos simples, quis Jesus significar que a ninguém é concedida entrada nesse reino, sem a simplicidade de coração e humildade de espírito; que o ignorante possuidor dessas qualidades será preferido ao sábio que mais crê em si do que em Deus. Em todas as circunstancias, Jesus põe a humildade na categoria das virtudes que aproximam de Deus e o orgulho entre os vícios que dele afastam a criatura, e isso por uma razão muito natural: a de ser a humildade um ato de submissão a Deus, ao passo que o orgulho é a revolta contra ele. Mas vale, pois, que o homem, para felicidade do seu futuro, seja pobre em espírito, conforme o entende o mundo, e rico em qualidades morais.

(Do Livro O Evangelho Segundo O Espiritismo - cap. VII vv. 1 e 2)

sábado, 21 de março de 2009

TRIBULAÇÕES


Ninguém que se encontre em regime de exceção.
A vida, na Terra, é feita de experiências evolutivas, em que o processo de crescimento se faz através dos cursos educativos dos sofrimentos.
Nem todas as tribulações, no entanto, são decorrência da imposição das divinas leis.

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Quando o Espírito se dá conta dos erros cometidos numa etapa, roga a bênção do rfecomeço sob o açodar dos sofrimentos que o aprimoram, ensinando-o a valorizar a oportunidade e a criar melhores condições para o equilíbrio futuro.
Entendendo a vida como um processo eterno da evolução, conquista, numa opotundiade, o que noutra não soube considerar e, quando tal ocorre, porque o amor foi desdenhado, é no sofrimento que se aprimora.

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As tribulações solicitadas constituem bênção que deve ser vivida com alegria, mediante,o aproveitamento de cada instante, mesmo que, aparentemente, sob a rudeza causticante da agonia.
Noutras vezes, faz-se imperioso expungir, e os soberanos códigos, ensejando a libertação do calceta que, renitentemente, se entregou ao desvario, convidam-no à reparação expiatória com que conquista a paz, mediante os exercícios mais dolorosos da angústia ou da limitação, das mutilações ou da saudade...

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Afirmou Jesus:
"No mundo só tereis aflições" em face de ser a Terra, ainda, uma Escola de crescimento, cujos métodos são defluentes das necessidades mais imediatas dos seus educandos.
Assim, converte cada tribulação em conquista valiosa, insculpindo, no teu mundo íntimo, o seu conteúdo, de modo a não repetires os mesmos erros que ora te julgam ao carreiro da agonia.

Joanna de Ângelis
(Do Livro, Receitas de Paz, psicografia de Divaldo Pereira Franco)

quinta-feira, 19 de março de 2009

A MÁGOA


À semelhança de ácido que corrói a superfície na qual se encontra, a mágoa desgasta, a pouco e pouco, as peças delicadas das engrenagens orgânicas do homem, destrambelhando-lhe os equipamentos muito delicados da organização psíqica.
A mágoa é conselheira impiedosa e artesã de males cujos efeitos são imprevisíveis.
Penetra o âmago do ser e envenena-o,impedindo-lhe o recebimento dos socorros do otimismo, da esperança e da boa vontade em relação aos fatores que o maceram.
Instalando-se, arma a sua vítima de impiedade e rancor, levando-a a atitudes desesperadas, desde que lhe satisfaça a programação vil.
Exala amargura e desconforto, expulsando as pessoas que intentam contribuir para a mudança de estado, graças às altas cargas vibratórias negativas, que exteriorizam mau humor e azedume.
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Quem acumula mágoas, coleciona lixo mental.
Reage às tentativas de alojamento da mágoa nos teus sentimentos.
Não estás, no mundo, por acaso, antes, com finalidades adredemente estabelecidas, às quais deves atender.
Acompanha a marcha do Sol, e enriquece-te de luz, não mergulhando na sombra dos ressentimentos destrutivos.
Sorri ante o infortúnio, agradecendo a oportunidade de superá-lo através dos valores éticos e ducativos que já possuis, poupando-te à consumpção de que é portadora a mágoa.

Joanna de ângelis

(Do Livro Episódios Diários, psicografado pelo médium Divaldo Pereira Franco)

terça-feira, 17 de março de 2009

CONCEITO DO BEM


"Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos Céus." - Jesus - Mateus, 5: 48
"O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza." - Cap. XVII, 3.

Toda vez que ouças alguém referindo-se ao bem ou ao mal de alguém, procura discernir.
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Conheces o amigo que escalou a eminência econômica.
A vista da facilidade com que maneja a moeda, há quem o veja muito bem situado, nas vantagens materiais, no entanto, via de regra, se lhe radiografasses os sentimentos, nele encontrarias um escravo da inquietação, detido em cadeias de ouro.
Assinalas o homem que alcançou a respeitabilidade política.
Tão logo surge no vértice da administração, há quem o veja muito bem colocado nos interesses do mundo, mas, frequentemente, se lhe fotografasses as telas do espírito, nele surpreenderias um mártir de cerimônias e banquetes, constrangido entre as necessidades do povo e as exigências da lei.
Admiras o companheiro que venceu as próprias inibições elevando-se à direção do trabalho comum.
A face da significativa remuneração que percebe, há quem o veja muito bem posto na esfera social, contudo, na maioria das vezes, se lhe observasse as mais íntimas reações, nele acharias um prisioneiro de sufocantes obrigações, sem tempo para comer o pão que assegura os dirigidos de condição mais singela.
Elogias o cientista que fornece idéias de renovação e conforto.
Ao fitá-lo sob os lauréis da popularidade, há quem o veja muito bem classificado na galeria da fama, no entanto, quase sempre, se lhe tateasses a alma por dentro, nele surpreenderias um atormentado servidor do progresso clamando ansiosamente por simplicidade e repouso.

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Reajustemos, assim, o conceito do bem, diante da vida.
Em muitas circunstâncias, o dinheiro suprime aflições, a autoridade resolve problemas, a influência apara dificuldades e a cultura clareia o caminho...
Por isso mesmo, toda pessoa que obtém qualquer parcela mais expressiva de responsabilidade e destaque, mostra-se realmente muito bem para combater o mal e liquidá-lo;entretanto, caso venha a utilizar-se dos bens com que a vida lhe enriquece as mãos apenas para cuidar do bem de si mesma, sem qualquer preocupação na garantia do bem devido aos outros, seja onde seja, semelhante criatura estará simplesmente bem mal.

Emmanuel

(Do Livro da Esperança, psicofia do médium Francisco Cândido Xavier)

quarta-feira, 11 de março de 2009

MUNDO REGENERADORES


Não se turbe o vosso coração. – Credes em Deus, crede também em mim. HÁ muitas moradas na casa do meu Pai; se assim não fosse, já eu vo-lo teria dito, pois mi vou para vos preparar o lugar. – Depois que me tenha ido e que vos houver preparado o lugar, voltarei e vos retirarei para mim, a fim de que onde eu estiver, também vós ai estejais. (S. JOÃO, cap. XIV, vv. 1 a 3.)

Entre as estrelas que cintilam na abóbada azul do firmamento, quantos mundos não haverá como o vosso, destinados pelo Senhor à expiação e à provação! Mas, também os há mais miseráveis e melhores, como os há de transição, que se podem denominar de regeneradores. Cada turbilhão planetário, a deslocar-se no espaço em torno de um centro comum, arrasta consigo seus mundos primitivos, de exílio, de provas, de regeneração e de felicidade. Já se vos há falado de mundos onde a alma recém-nascida é colocada, quando ainda ignorante do bem e do mal, mas com a possibilidade de caminhar para Deus, senhora de si mesma, na posse do livre-arbítrio. Já também se vos revelou de que amplas faculdades é dotada a alma para praticar o bem. Mas, ah! as que sucumbem, e Deus, que não as quer aniquiladas, lhes permite irem para esses mundos onde, de encarnação em encarnação, elas se depuram, regeneram e voltam dignas da glória que lhes fora destinada.
Os mundos regeneradores servem de transição entre os mundos de expiação e os mundos felizes. A alma penitente encontra neles a calma e o repouso e acaba por depurar-se. Sem dúvida, em tais mundos o homem ainda se acha sujeito às leis que regem a matéria; a Humanidade experimenta as vossas sensações e desejos, mas liberta das paixões desordenadas de que sois escravos, isenta de orgulho que impõe silêncio ao coração, da inveja que a tortura, do ódio que a sufoca. Em todas as frontes, vê-se escrita a palavra amor; perfeita equidade preside às relações sociais, todos reconhecem Deus e tentam caminhar para Ele, cumprindo-lhes as leis.
Nesses mundos, portanto, ainda não existe a felicidade perfeita, mas a aurora da felicidade. O homem lá é ainda de carne e, por isso, sujeito às vicissitudes de que libertos só se acham os seres completamente desmaterializados. Ainda tem de suportar provas, porém, sem as pungentes angústias da expiação. Comparados à Terra, esses mundos são bastante ditosos e muitos dentre vós se alegrariam de habitá-los, pois que eles representam a calma após a tempestade, a convalescença após a moléstia cruel. Contudo, menos absorvido pelas coisas materiais, o homem divisa, melhor do que vós, o futuro; compreende a existência de outros gozos prometidos pelo Senhor aos que deles se mostrem dignos, quando a morte lhes houver de novo ceifado os corpos, a fim de lhes outorgar a verdadeira vida. Então, liberta, a alma pairará acima de todos os horizontes. Não mais sentidos materiais e grosseiros; somente os sentidos de um perispírito puro e celeste, a aspirar as emanações do próprio Deus, nos aromas de amor e de caridade que do seu seio emanam.
Mas, ah! nesses mundos, ainda falível é o homem e o Espírito do mal não há perdido completamente o seu império. Não avançar é recuar, e, se o homem não se houver firmado bastante na senda do bem, pode recair nos mundos de expiação, onde, então, novas e mais terríveis provas o aguardam.
Contemplai, pois, à noite, à hora do repouso e da prece, a abóbada azulada e, das inúmeras esferas que brilham sobre as vossas cabeças, indagai de vós mesmos quais as que conduzem a Deus e pedi-lhe que um mundo regenerador vos abra seu seio, após a expiação na Terra. – Santo Agostinho. (Paris, 1862)
(Do Livro, O Evangelho Segundo O Espiritismo, cap. III vv. 16 a 18)

segunda-feira, 9 de março de 2009

A ORAÇÃO LIBERTADORA


A conferência do dia l7 de junho teve lugar na Casa de Redenção,em Orly,
França. O tema foi sobre o texto de O Evangelho Segundo o Espiritismo: Sede
perfeitos como o Pai Celestial é perfeito. Logo depois dos comentários, no
espaço reservado às perguntas e respostas, alguém interrogou qual seria a
finalidade da oração. Nessa mesma noite foi psicografada a mensagem
seguinte:

A oração pode ser considerada como um grito pedindo auxílio, um canto de gratidão,
um ato de louvor, um poema de amor, dirigidos a Deus. Tem uma elasticidade incomum e destina-se a fins diferentes.
Cindindo as trevas em volta, a prece abra canal de comunicação inspirativa entre a alma e o seu Criador. É uma vibração que se eleva da Terra na direção do Infinito, tentando alcançar o fulcro gerador de força, ao qual se dirige, abrindo espaço para o retorno carregado de energia vital.
A oração é o mais poderoso recurso para o equilíbrio psicofísico do ser, por facultar a sintonia com os campos vibratórios mais elevados da vida. Proporciona o relaxamento das tensões agindo no sistema nervoso central, irradiando as suas energias benéficas por todo o organismo.
Inicialmente, para aquele que não está acostumado à sua realização, é uma busca, na qual as palavras devem ceder lugar à emoção, à intenção mental. A verbalização do sentimento prejudica a emissão da onda do pensamento, que se dilui na preocupação das palavras, perturbando a sintonia.
Focalizando o Centro para onde direcionar a mente, deve-se fixá-lo, entregando-se sem relutância.
De imediato, ondas suaves de energia inabitual percorrem o corpo, facultando o reequilíbrio orgânico, paz interior. após o que, a inspiração oferece respostas para os problemas aflingentes.
A oração confere segurança ao intranquilo, coragem moral ao débil, entusiasmo ao tímido, espeança ao receoso, serenidade ao aflito.
Não muda o curso dos acontecimentos delineados, mas propicia recursos e valores para se lutar com elevado estado de espírito e entendimento lúcido, que facilitam o enfrentamento dos mesmos.
Orar é ato de comunhão metafísica entre a alma e Deus, através dos seus intermediários, aos quais se recorra, ou diretamente com Ele.
Quando se logra o silêncio interior para realizar-se a oração, retorna-se em superior nível de consciência.
Com o ânimo revigorado, a visão das coisas e das pessoas sofre mudança para melhor e a existência adquire sentido, objetivo elevado.
Buscando manter a constante comunhão com Deus, Jesus orava com frequência, e, antes de sofrer o holocausto, por amor, entregou-se à oração no Horto das Oliveiras, onde estava a sós com Ele.
A oração é, portanto, o canal desimpedido para falar com Deus e ouvi-lO.
Nunca será demasiado, no cotidiano da pessoas, orar para inspirar-se, a fim de agir bem; orar para agradecer as bênçãos recebidas e orar por amor louvando-se o Excelso Criador, o que equivale a orar sempre que possível e mesmo quando as circustâncias conspirarem contra.

Ivon Costa

(Do Livro, Sob a Proteção de Deus, recebido de Diversos, através da psicografia do médium Divaldo Pereira Franco

domingo, 8 de março de 2009

O CUMPRIMENTO DA LEI


"Não passará o Céu e a Terra até que se cumpra a Lei!" A Frase de Jesus de Nazaré, ainda se encontra mal interpretada e não absorvida pela maioria das mentes deste mundo. Ainda se faz incompreensível o Deus que fez os homens, pois é muito confundido com o Deus feito pelos homens, na sua visão ainda longe da realidade existencial.
Vamos refletir a respeito do último acontecimento que chamou a atenção da sociedade que foi o estupro da menina de 9 anos e a conseqüênte gravidez de dois gêmeos.Visando salvar a menina, uma criança cujo útero não tem como no seu bojo deixar desenvolver duas novas vidas, a medicina terrestre encontrou como solução deter o desenvolvimento dos embriões através do aborto. O senhor bispo Dom José Cardoso Sobrinho, concluindo que o aborto é crime mais grave que o estupro que sofreu a criança por um elemento, o estuprador,o enlouquecido da razão, invoca as ações antigas da Igreja na época da inquisição, excomungando os médicos, os país e praticamente de forma indireta todas as pessoas que observando este fato, decepcionam-se com a atitude da Igreja através da interpretação sem sentido do seu representante. Ora, evidentemente que esse padre até hoje tem como verdade, por um entendimento "material" do que seja Deus, e não do criador do universo e da vida e que se manifesta pelas suas leis e não pelas interpretações limitadas dos homens! Ainda infelizmente o Deus antropomórfico dos homens criando dificuldades e barreiras, pois se o homem visse Deus como a inteligência suprema do universo, causa primeira de todas as coisas e pai de infinita bondade, certamente que as religiões, passariam aos homens, aos seus profitentes, imagem mais segura e do sublime conceito de Deus, não banalizando-lhe a idéia a ponto de o homem parecer mais sábio do que o próprio Deus, que o criou, admitindo a atitude correta da medicina, cuja acertividade lhe parece mais sensata do que a da Igreja, conforme a conclusão acertada do próprio Presidente da Repúhblica! A Gravidez provocada pelo estupro certamente promove o nascimento de um novo ser, que levará nove meses na formação de um novo corpo para a manifestação do Espírito reencarnante; porém, a mãe, criança que está no exercício de uma nova vida já nos seus primeiros nove anos, há que ser respeitada, daí o bom-senso dos médicos, que sob o olhar de Deus, que a tudo rege! Até hoje o naturalista ingles Charles Darwin, que descobriu a realidade da evolução das espécies é mau compreendido, por que o criacionismo bíblico, continua na cabeça de certas mentes, e não vêem que Deus não faria nada que contrariasse as suas próprias leis e que os postulados da Bíblia há que está em sintonia e jamais poderá desmentir a Ciência! Entretanto continuam o misticismo religioso da interpretação afirmando que Deus fez o "universo" em seis dias e precisou descançar no sétimo dia! Não entendem que cada dia bíblico seriam milhares de anos para o cumprimento da lei maior que a tudo governa pois emana do seu Supremo Arquiteto do Universo que é DEUS! O Aborto é realmente um crime, mas, não nas circunstâncias dessa criança, cujo organismo biológico em formação precisa neste momento do apoio da ciência médica (aspecto físco), como também do apoio da cência psicológica no aspecto bio-psíquico-sócio-espiritual, como também do apoio da religião verdadeira, que é a religião cósmica do amor e de origem cristã; e que a criança precisará para a sua recuperação integral! Agio muito bem a equipe médica, e certamente o Senhor Dom José Carlos Sobrinho, bem como a sua representada, a Igreja Católica Apostólica Romana há que rever os seus apontamentos canônicos facilitando a compreensão dessas lições e lembrando que o mestre de Nazaré, buscando o desenvolvimento do Espírito humano sempre afirmando nas suas colocações transcendentes: Ouçam os que tem ouvidos de ouvir, e vejam os que tem ohos de ver. Muita paz e que Deus nos guarde!
Josinaldo Duarte de Lacerda