terça-feira, 13 de janeiro de 2009

A MURALHA DO TEMPO


“Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta que conduz à perdição.” - Jesus

Em nos referindo a semelhante afirmativa do Mestre, não nos esqueçamos de que toda porta constitui passagem incrustada em qualquer construção, a separar dois lugares, facultando livre cursos entre eles.
Porta, desse modo, é peça arquitetônica encontradiça em paredes, muralhas e veículos, permitindo, em todos os casos, franco passadouro.
E as portas referidas por Jesus, a que estrutura se entrosam?
Sem dúvida, a porta estreita e a porta larga pertencem à muralha do tempo, situada à frente de todos nós.
A porta estreita revela o acerto espiritual que nos permite marchar na senda evolutiva, com o justo aproveitamento das horas.
A porta larga expressa-nos o desequilíbrio interior, com que somos forçados à dor da reparação, com lastimáveis perdas de tempo.
Aquém da muralha, o passado e o presente.
Além da muralha, o futuro e a eternidade.
De cá, a sementeira do “hoje”.
De lá, a colheita do “amanhã”.
A travessia de uma das portas é ação compulsória para todas as criaturas.
Porta larga – entrada na ilusão -, saída pelo reajuste...
Porta estreita – saída do erro -, entrada na renovação...
O momento atual é de escolha da porta, estreita ou larga.
Os minutos apresentam valores particulares, conforme atravessemos a muralha, pela porta do serviço e da dificuldade ou através da porta dos caprichos enganadores.
Examina, por tua vez, qual a passagem que eleges por teus atos comuns, na existência que se desenrola, momento a momento.
Por milênios, temos sido viajores do tempo a ir e vir pela porta larga, nos círculos de viciação que forjamos para nós mesmos, engodados na autoridade transitória e na posse amoedada, na beleza física e na egolatria aviltante.
Renovemo-nos, pois, em Cristo, seguindo-o, nas abençoadas lições da porta estreita, a bendizer os empecilhos da marcha, conservando a alegria e esperança na conversão do tempo em dádivas da Felicidade Maior.

Emmanuel

(Do livro Vinha de Luz, meddiunidade de Francisco Cândido Xavier)

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