quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

A FAMÍLIA UNIVERSAL


O tema de análise na reuniao do Grupo de Estudos
Espíritas Allan Kardec, em Hässelby, Estocolmo,
Suécia, no dia 09 de junho, foi sorteado do
Capítulo XIV de O Evangelho Segundo o
Espiritismno, de Allan Kardec: Quem é minha mãe e
quem são meus irmãos? Posteriormente, foi ditada a
seguinte mensagem:

Os laços de consangüinidade são preponderantemente em a natureza animal.
Os pais sempre protegem os filhos, quando estes são-lhes dependentes, ensaiando os passos iniciais para as futuras experiências próprias, mesmo nas faixas da irracionalidade, sob o império do instinto de preservação da vida.
Na criatura humana somam-se o sentimento e a razão ao impulso primário, estabelecendo-se os vínculos nobres da família. Esta se constitui o elemento aglutinador de interesses e objetivos que se consubstanciarão nos amplos relacionamentos sociais.
A família é a célula central da sociedade, cujo êxito depende do equilíbrio da mesma.
Num sentido mais lato, os espíritos se encontram e formam grupos afins, que se reencarnam em clãs, assim facilitando a concretização de metas elevadas no processo da evolução pessoal e coletiva; entre pessoas simpáticas, que se amam, porque se identificam umas com as outras, torna-se menos afanosa a marcha e mais realizável o programa de educação a que todos são submetidos.
Quando a intemperança, a imaturidade psicológica ou o desequilíbrio perturbam um dos seus membros, que se desestrutura emocionalmente e quebra a harmonia do conjunto, reencarna-se depois em lamentável condição, no mesmo lar, para reabilitar-se, recompor-se e reconquistar aqueles a quem magoou.
Pode acontecer que o seu gesto anterior, pela gravidade de que se revestiu, haja deixado sulcos morais profundos, geradores de ressentimentos, que agora ressurgem em forma de antipatia e mesmo animosidade clara, dando motivos a graves problemas de relacionamento. Será aí, no conjunto familiar, que se dará a renovação, que se refará a amizade, que o bem prevalecerá.
Assim, a família é, também, o laboratório, a escola, o hospital para as almas necessitadas.
Os laços de família são credores de carinho e de respeito, que devem permanecer sólidos.
Na velhice dos pais, nas suas enfermidades, na sua fragilidade, os filhos devolvem o amor recebido, que deve viger em todas as fases, porém nessa com maior intensidade.
Os pais nunca devem cessar a tarefa de educar os filhos, considerando-se os deveres naturais que lhes dizem respeito e as experiências vividas em maior número de anos.
Os irmãos, por sua vez, e os demais membros,têm o compromisso de se amarem, de se sustentaresm, de se manterem unidos.
Desse exercício, as pessoas saem equipadas para as atividades no mundo social fora dos limites domésticos.

*

Na cultura indiana preservou-se o hábito, ancestral, graças ao qual até os dezoito anos o filho pertencia ao lar. A partir dessa data cumpria-lhe construir o próprio lar, e depois dos cinqüenta anos deveria entregar-se a Deus.
A proposta sugere a ampliação dos laços familiares.
Enquanto necessita, recebe o ser o apoio do clã. Depois, torna-se edificador do próprio lar, e, por fim, está livre para dedicar-se à espiritualização profunda e pessoal.
A lição é válida para regularizar o problema do egoísmo nas famílias, do instinto de posse que, às vezes, prfedomina em algumas, tornando-se, então, quistos graves no organismo comunitário, que ameaçam com o seu isolamento, a sua alienação.
Os laços de consangüinidade não devem impedir, por excesso de cuidados, o progresso dos eus membros, as experiências que terão de vivenciar. Pelo contrário, eles sustentarão os que se apartam para novos cometimentos, permanecendo como inspiração e força, como área de renovação e vida, pois que a família universal é o grande fanal da evolução humana através do amor.
Quando os interesses pessoais se sobrepõem, no grupo familiar, às necessidades de crescimento dos seus elementos, atrofia-se o relacionamento, e morrem os objetivos elevados da sociabilidade ampla entre as criaturas.
Cumpridos os deveres que lhes dizem respeito, todos são livres para novos tentames iluminativos, edificantes.
A família não deve ser imperdimento para as realizações de enobrecimento humano, para os labores da solidariedade, para o desenvolvimento dos seres.
Todos irmanados no objetivo comum, de servir e amar, ensaiarão a experiência da família coletiva, sem desafetos no lar nem rompimentos emocionais, antes repetindo, no grupo maior, as ações do convívio no menor.

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Essa foi, por certo, a intenção de Jesus, ao dizer que a Sua era a família que encontrava entre aqueles que O seguiam, que Lhe compartiam as idéias, que se preparavam para a fraternidade geral. Não se deixou atemorizar pelas exigências do grupo doméstico.
Ele, que já realizara a Sua parte junto aos Seus, teve o Seu momento de decisão, de definição de metas, no qual estaria a Seu favor ou contra Ele. Jesus preferiu a solidão com Dedus, para bem servir, à acomodação doméstica, rotineira, caprichosa, atemorizadora, que a família, por desconhecer-Lhe o ministério, pretendia impor-Lhe.
Assim, os laçõs de família são predominantes no ser, em forma de deveres recíprocos, mas não são exclusivos, limitantes, fechados.
A família universal espera por todos, que lhe devem amor e realizações edificantes no processo da evolução.

Joanna de Ângelis

(Do Livro, Sob a Proteção de Deus, ditados por Diversos Espíritos ao médium Divaldo Peeira Franco.)

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