quinta-feira, 10 de setembro de 2009

ATITUDE SILENCIOSA





Afirma velho refrão da sabedoria popular que todo aquele que cala consente.
Nem sempre, porém, é assim.
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O silêncio pode significar mais do que ausência pura e simples.
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Há quem cale por temor, mesmo que discordando; outros silenciam para evitar contendas inúteis, e diversos indivíduos o fazem perseguindo interesses inferiores...
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Também se pode apresentar um tipo de silêncio dinâmico, que é sabedoria, quando os tolos palram ou os agressivos estridulam...
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Caracteriza o profundo conhecedor de uma questão, o seu silêncio, igualmente chamado “de ouro” pelo brocardo ancestral, que fala no momento em que é solicitado, ao mesmo tempo gerando esclarecimento e produzindo instrução.
Essa atitude, no entanto, exige equilíbrio e disciplina moral decorrentes da coragem que propicia auto-controle, superando as paixões mais rudes que se rebelam e pretendem competir, impor e conflagrar.
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Fala-se muito sem que se pense, e, por isso, os conflitos se apresentam em escala crescente, lançando umas contra outras as pessoas e perturbando o organismo social.
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O silêncio não deve significar mutismo constrangedor, atitude de indiferença ou de desprezo pelo interlocutor.
Referimo-nos à discussão vazia, ao debate infrutífero, às defesas desnecessárias quando ocorrem os bombardeios da insensatez.
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É mais fácil reagir, argumentando pelo espicaçar da vaidade ferida, ou graças aos espículos que se cravam no orgulho.
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Saber ouvir, ler com serenidade os ataques e difamações, constituem comportamento estóico, que a todos cumpre assumir, a benefício próprio, do adversário e da paz entre todos.
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Silencia o mal que te façam e age no bem que possas desenvolver.
Os teus atos possuem a voz que fala mais alto do que todas as tuas palavras.
Se os não respeitam, menos considerarão as tuas objurgações.
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Não passes recibo às provocações dos que se convertem em defensores da verdade, fiscais do dever alheio, donos de todo o conhecimento...
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Incorpora ao universo das tuas atitudes as palavras não ditas, desmentindo infâmias e acusações indébitas pela tua forma de ser e de te conduzires.
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O tempo urge e é precioso em demasia para que seja malbaratado inutilmente.
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Não te tornarás melhor porque te elogiem ou concordem contigo. Da mesma forma, não te farás pior face às injúrias e malquerenças que te cerquem os passos.
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Porfia no teu compromisso e aguarda o tempo, que é sempre o mesmo para todos, diferindo na forma como transcorre em relação a cada um.
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O Codificador do Espiritismo, na defesa da Doutrina, jamais aquiesceu em participar das discussões estéreis e vazias. A cada agressão que merecia esclarecimento justo, sem qualquer ressentimento, ofereceu respostas que permanecem como páginas de luz pela sabedoria que encerram, demonstrando a excelência do Espiritismo mediante a robustez do seu conteúdo e a construção granítica das idéias argamassadas na filosofia ético-moral do Evangelho de Jesus, que a ciência comprova experimentalmente, em todos os fatos, permanecendo como a mais sólida de quantas já apareceram, consciências e sentimentos que projeta no rumo de Deus.


Joanna de Ângelis (Espírito)

Do livro: Viver e amar - Psicografia Divaldo Franco

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