segunda-feira, 26 de outubro de 2009

COM CARIDADE




“Todas as vossas coisas sejam feitas com caridade.” — Paulo. (1ª EPÍSTOLA AOS CORÍNTIOS, CAPÍTULO 16, VERSÍCULO 14.)

Ainda existe muita gente que não entende outra caridade, além daquela que se veste de trajes humildes aos sábados ou domingos para repartir algum pão com os desfavorecidos da sorte, que aguarda calamidades públicas para manifestar-se ou que lança apelos comovedores nos cartazes da imprensa.

Não podemos discutir as intenções louváveis desse ou daquele grupo de pessoas; contudo, cabe-nos reconhecer que o dom sublime é de sublime extensão.

Paulo indica que a caridade, expressando amor cristão, deve abranger todas as manifestações de nossa vida.

Estender a mão e distribuir reconforto é iniciar a execução da virtude excelsa. Todas as potências do espírito, no entanto, devem ajustar-se ao preceito divino, porque há caridade em falar e ouvir, impedir e favorecer, esquecer e recordar. Tempo virá em que a boca, os ouvidos e os pés serão aliados das mãos fraternas nos serviços do bem supremo.

Cada pessoa, como cada coisa, necessita da contribuição da bondade, de modo particular.

Homens que dirigem ou que obedecem reclamam-lhe o concurso santo, a fim de que sejam esclarecidos no departamento da Casa de Deus, em que se encontram. Sem amor sublimado, haverá sempre obscuridade, gerando complicações.

Desempenha tuas mínimas tarefas com caridade, desde agora. Se não encontras retribuição espiritual, no domínio do entendimento, em sentido imediato, sabes que o Pai acompanha todos os filhos devotadamente.

Há pedras e espinheiros? Fixa-te em Jesus e passa.



Do livro Pão Nosso
Médium - Francisco Cândido Xavier
Ditado pelo espírito EMMANUEL

sábado, 24 de outubro de 2009

A CONSTANTE BUSCA






Corre o homem diariamente de um lado para outro.

Desde a aurora até bem depois do pôr do sol.

Passos apressados nas calçadas,
cruzando ruas, olhando sempre o relógio.

Parece sempre atrasado,
à procura de algo muito importante.

Nunca tem tempo para nada.

Está sempre em alerta, como se um
único descuido seu fosse suficiente para
arruinar para sempre a consecução de seus objetivos.

Mas, afinal, o que busca o homem na luta cotidiana da vida?

Para onde dirige seus passos?

O que espera ele encontrar?

Sabe, realmente, o que quer?

Seria por demais simplista dizer que
a resposta para tais questionamentos seja: a busca da felicidade.

Pois, momentos de felicidade permeiam
sua existência, mas são como sopros suaves
de brisa que cessam sem aviso prévio e que passam rapidamente.

Fala-se tanto em felicidade, mas se sabe tão pouco a seu respeito.

Diz-se “estar feliz” quando tudo o que se deseja acontece.

Quando o amor é correspondido.

Quando o dinheiro é suficiente para garantir as compras tão sonhadas.

Quando o emprego almejado é obtido.

Quando um título é alcançado.

Quando tudo parece conspirar para
satisfazer os mais íntimos desejos.

Nessas ocasiões, uma euforia ímpar
toma conta do ser que sai pelas ruas estampando um sorriso largo na face.

Canta e sente uma vontade de erguer os braços aos céus gritando:

“Consegui! Venci!”.

Como se o mundo inteiro tivesse se curvado
às suas necessidades e reconhecido seu valor como pessoa, a partir daquela oportunidade.

Mas isso é apenas uma ilusão.

A fragilidade daquela sensação fará com
que sua duração seja efêmera e, por isso mesmo, por vezes, quase frustrante.

Por pouco, pouco mesmo, sorrisos abandonam rostos até então eufóricos.

O retorno à realidade pode decorrer
da sensação de que a vida continua, não obstante aquela parcial vitória.

A luta continua.

Não pode o homem abandonar o combate
porque novas provas vão se apresentar, novos obstáculos vão surgir.

Outra vez será necessário empenhar esforços para prosseguir na jornada.

Nessas horas, quando o homem percebe
que suas conquistas não lhe garantem
um bem-estar eterno, muitas vezes ele se entrega ao desânimo.

Tem a sensação de que caminha sempre
em direção ao horizonte e que este, por
mais que ande, distancia-se inelutavelmente dele.

Sempre há algo por fazer, por aprender, por conquistar.

Sempre.

Percebe-se o quão verdadeiro é
o ensinamento de que felicidade não é deste mundo.

* * *
O que busca você?

O que seria capaz de fazer estampar em seu rosto um sorriso sincero?

O que você acredita ser suficiente para fazê-lo feliz?

Não se iluda, no entanto, com as promessas enganosas do mundo.

Satisfações materiais não saciam por
muito tempo o corpo, tão pouco a mente que deseja a paz.

Por outro lado, as virtudes adquiridas
ao longo do tempo podem auxiliar concedendo equilíbrio e lucidez.

A consciência tranqüila e a
franca sensação de dever
cumprido permitem que se
repouse a cabeça no travesseiro todas as noites.

São situações em que se pode
desfrutar de felicidade, quando, então,
ela pode ser efetivamente alcançável e duradoura, até mesmo neste mundo.

(Equipe de Redação do Momento Espírita.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

FULGAS PELA CULPA






Comumente ouve-se justificativa para alguém escusar-se ao serviço de socorro ao próximo, como, por exemplo, a alegação de que não é perfeito e, portanto, não possui as condições exigíveis para o exercício das ações de enobrecimento.

Muitos indivíduos alegam que carregam muitas culpas conscientes quanto inconscientes de gravames que foram perpetrados e que os atiraram no poço da amargura, tomando-os indignos de realizações elevadas.

Seria de indagar-se, quais as qualidades exigíveis para a prática do amor nas suas múltiplas expressões sob a inspiração do anjo da caridade?

Oferecer-se um copo com água fria ao sedento, doar-se uma côdea de pão ao esfaimado, um vaso de leite ao enfermo, modesta moeda ao necessitado, um gesto de compaixão, uma palavra gentil, um aperto de mão, são tão espontâneos fenômenos humanos, que não exigem elevados sentimentos morais, bastando somente o desejar-se auxiliar...

São tantas as formas de exteriorizar gentileza e bondade, que não se toma indispensável uma situação espiritual superior para apresentá-las.

Através da ação fraterna e natural adquirem-se os títulos de enobrecimento moral, superando-se as tendências perniciosas que escravizam o indivíduo, mantendo-o nas paixões dissolventes, e que passam a diluir-se, quando ocorrem os atos de amor, cedendo os espaços mórbidos à beneficência.

Certamente, a culpa é algoz impiedoso que se esculpe na consciência e, à semelhança do ácido corroi as vibras emocionais da sua vítima, enquanto é conservada.

Por essa razão, deve ser racionalizada de maneira tranquila e diluída mediante as aplicações dos valiosos dissolventes do amor em forma de edificação de outras vidas.

Quando alguém se escusa a ajudar, não está sendo impedido pela culpa, mas pelo egoísmo, esse genitor insensível da indiferença pelo sofrimento dos outros, distanciando-se, na desdita em que se compraz, dos recursos eficientes para a aquisição da paz interior.

Todos os seres humanos, de uma ou de outra forma, carregam algumas culpas, inclusive aquelas que lhes foram impostas pelas tradições religiosas absurdas, que se compraziam em condenar ao invés de orientar a maneira eficiente de libertação dos equívocos em que se tombava.

Dessa forma, existem marcas psicológicas ancestrais que afligem, mas podem ser anuladas mediante o conhecimento da realidade e dos legítimos valores morais que são as regras de bem viver, exaradas no Evangelho de Jesus, e sintetizadas no Seu conceito sublime, que é não desejar nem fazer a outrem o que não se gostaria que lhe fosse feito.

* * *

A aceitação honesta do fenômeno culpa pela consciência constitui excelente aquisição emocional para o trabalho de diluição dos fatores que a geraram.

Uma análise sincera do acontecimento produz compreensão em torno da ocorrência do fato infeliz, levando-se em consideração as circunstâncias do momento, o estado emocional em que se encontrava o indivíduo, a sombra predominante...

O erro é sempre resultado do nível de responsabilidade imposta pela consciência. Quando se trata de algo planejado com objetivos perniciosos, certamente os danos produzidos são muito mais graves, transformando-se em conflito psicológico de ação demorada. No entanto, quando outros fatores imprevistos desencadeiam a atitude maléfica, é compreensível que a responsabilidade se apresente menor.

Em face disso, afirmou o Mestre de Nazaré: Mais se pedirá àquele que mais recebeu, estabelecendo que o conhecimento é fator predominante em relação à responsabilidade dos atos humanos.

A questão da culpa é tão relevante que, analisando o drama da mulher surpreendida em adultério, Jesus exarou o surpreendente conceito: ... E aquele que estiver sem culpa, que lhe atire a primeira pedra.

É compreensível que, seja qual for a forma como se deu a instalação da culpa, é sempre resultado da longa aprendizagem a que o Espírito se encontra submetido no compromisso da autoiluminação, transformando ignorância em conhecimento, instinto em discernimento lógico e em razão, primarismo em sabedoria...

Já constitui um passo significativo a sua identificação, que significa o começo da sua superação.

Nenhum recurso mais eficiente para a sua eliminação do que todo o bem que se pode fazer, porquanto, o auxílio ao próximo, à comunidade, a contribuição ao bem estar geral, proporcionam recuperação do equívoco de maneira judiciosa e edificante, resultando em fator de progresso geral. Isto porque, sempre que alguém cai, que se compromete, a sociedade com ele tomba, sendo natural que, ao elevar-se alguém, com ele a sociedade se erga.

O auxílio fraternal, portanto, é valioso contributo psicoterapêutico para a libertação de quaisquer transtornos emocionais, ao tempo em que constitui eficiente método pedagógico para a aquisição da harmonia interna com a consequente aprendizagem em torno dos objetivos relevantes da vida.

Sacrifica, pois, a comodidade disfarçada de conflito de culpa ou equivalente, e faze a tua parte no concerto terrestre, modificando as estruturas atuais do comportamento social e criando novas condições para o progresso geral.

A felicidade somente se instalará na Terra quando as criaturas humanas compreenderem que o auxílio recíproco é recurso precioso para o equilíbrio entre todos.

Enquanto houver segregação, discriminação, miséria de uns e excesso de outros, exorbitância de poder ou de fortuna em poucas mãos com a escassez na multidão, o sofrimento permanecerá como látego sobre o seu dorso, até o despertamento consciente e a mudança inevitável de conduta.

* * *

Aquele que dispõe dos recursos superiores da existência como saúde, beleza, fortuna, lar feliz, inteligência e conhecimento, não havendo feito o uso dignificante, retorna ao proscênio terrestre, em situação de carência, a fim de aprender aplicação de valores e solidariedade.

Nunca desconsideres o poder dos pequenos gestos de bondade e de amor que fazem muita falta entre os seres humanos.

Por mais insignificantes que pareçam, constituem notas musicais da grande sinfonia da vida vibrando no universo.

Toma parte na extraordinária orquestra do bem, contribuindo com o que possuas.



Joanna de Ângelis

Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco,

na tarde de 29 de maio de 2009, no G19, em Zurique, Suíça.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

VIVER COM ALEGRIA







Sauda o dia nascente com alegria de viver aureolada pela gratidão a Deus.

Cada novo dia é abençoada oportunidade de crescimento espiritual e de iluminação interior.

Atravessar o rio dos problemas de uma para a outra margem, onde se encontram as formosas atividades de engrandecimento moral, é a tarefa inteligente da pessoa que anela pela conquista da felicidade.

Quando se abre a mente e o coração à alegria, é possível descobri-Ia em toda parte, bastando olhar-se para a Vida, e ei-la jubilosa...

Quando se adquire a consciência da responsabilidade, de imediato sente-se que se é livre, mas essa liberdade é sempre conquistada pela ação que se converte em bênção de amor.

Somente através do amor perfeito é que o ser humano pode considerar-se realmente livre de todas as amarras, mesmo que essa aquisição seja lograda, de alguma forma, através do sofrimento.

O sofrimento faz mal, no entanto, não é um mal, porque oferece os recursos valiosos para a aquisição do bem permanente.

Eis porque o trabalho de qualquer natureza deve ser realizado com o sentimento de amor, o que equivale a uma postura de liberdade em ação.

Quando o amor não está presente no sentimento, a alegria não se enfloresce, porque permanece sombreada pelas dúvidas e suspeitas, porquanto somente através do amor é que se adquire a perfeição, em face dos mecanismos de ação que movimenta.

Pessoas existem que afirmam não poderem amar porque não compreendem o seu próximo, tendo dificuldade em aceitá-lo conforme é. A questão, no entanto, é mais sutil, e deve ser formulada nos seguintes termos: porque não ama, torna-se difícil compreender, em razão dos caprichos egoísticos que dificultam a bondade em relação aos outros.

Quando o amor se instala, a alegria de viver esplende como resultado da própria alegria de ser consciente.

A alegria não é encontrada em mercados ou farmácias, mas nos recônditos do coração que sente e ama, favorecendo-lhe o surgimento como um contínuo amanhecer.

Basta que se lhe ausculte a intimidade, e ei-la triunfante sobre a noite das preocupações.

Em realidade, viver com alegria não impede a presença dos sofrimentos que fazem parte do processo da evolução. Pelo contrário, é exatamente por serem compreendidos como indispensáveis que proporcionam satisfações e bem-estar.

Sempre que possível expressa a tua alegria de viver.

* * *

Os sentimentos cultivados transformam-se em estímulos para as ações que se materializarão mais tarde.

Se permitires que a tristeza torne-se companheira frequente das tuas emoções, a melancolia em breve estará instalada nos teus sentimentos, tirando a beleza da existência.

Se te apoias à queixa contumaz, a tua será uma conduta amargurada, fazendo-te indisposto e desagradável.

Se optas pelo cultivo de ideais enobrecedores de qualquer natureza, o entusiasmo pela sua preservação fará dos teus dias um contínuo encantamento.

Se tens o hábito de encontrar sempre o melhor, quase invisível ou imperceptível, nos acontecimentos menos felizes, desfrutarás de esperança e de júbilos permanentes.

A existência física não é uma viagem miraculosa ao país da fantasia, mas uma experiência de evolução assinalada por processos de refazimento uns e outros de conquistas inevitáveis, que geram sofrimento porque têm a finalidade de desbastar os duros metais da ignorância e aquecer o inverno do primarismo...

É natural, pois, que a dor seja companheira do viajante carnal.

Quando jovem, tudo são expectativas, ansiedades, incertezas...

Quando na idade madura, a colheita de reflexos da juventude propicia, quase sempre, insatisfações e desencantos.

Quando na velhice, em face do desgaste, o aborrecimento pela perda da agilidade, da memória, da audição, da visão, da facilidade que era habitual, se manifesta...

Sempre haverá motivo para reclamação, porque cada dia tem a sua própria quota de aflição, que deve ser aceita com bonomia e naturalidade.

Com a alegria de viver instalada no imo, sempre haverá uma forma de encarar os acontecimentos, concedendo-lhe validade e dele retirando a melhor parte, como afirmou Jesus, aquela que não lhe será tirada, porque representa conquista inalienável para a mente e para o coração.

Adapta-te, desse modo, às ocorrências existenciais, alegrando-te por estares no corpo, fruindo a oportunidade de corrigir equívocos, de realizar novos tentames, de manter convivências saudáveis, de enriquecimento incessante...

A vida com alegria é, em si mesma, um hino de louvor a Deus.

Não te permitas, portanto, a convivência emocional com as manifestações negativas do caminho por onde transitas.

Observa as margens do teu caminho e rega-as, mesmo que seja com suor e lágrimas, a fim de que as sementes do Divino Amor que se encontram nelas sepultadas, germinem e transformem-se nas flores que adornarão a tua marcha ascensional.

Liberta-te, mesmo que te seja exigido um grande esforço, das heranças primárias, filhas da agressividade, do inconformismo, dos impositivos egoístas que te elegem como especial no mundo, e considera que fazes parte da grande família terrestre, sujeito como todos os demais às injunções dos mecanismos da evolução.

* * *

Alguém que cultiva a alegria de viver já possui um tesouro. Esparze-o onde te encontres e oferta-o a quem se te acerque, tornando mais belo o dia a dia de todos os seres com o sol do teu júbilo.

Se já encontraste Jesus, melhor razão tens para a alegria, porque envolto na Luz do mundo, nenhuma sombra te ameaça.

Serás, ao longo da vilegiatura carnal, o que te faças a cada instante, conforme o és, resultado do que te fizeste.

Alegra-te com a vida que desfrutas e agradece sempre a Deus a glória de saber e de amar para agir com acerto.



Joanna de Ângelis

Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na manhã

de 29 de maio de 2009, no G-19, em Zurique, Suíça.

domingo, 18 de outubro de 2009

CONVITE À PALAVRA





Com fúria e raiva acuso o demagogo
e o seu capitalismo das palavras.



Pois é preciso saber que a palavra é sagrada
que de longe muito longe um povo a trouxe
e nela pôs sua alma confiada.

De longe muito longe desde o início
o homem soube de si pela palavra
e nomeou a pedra, a flor, a água
e tudo emergiu porque ele disse.

Com fúria e raiva acuso o demagogo
que se promove à sombra da palavra
e da palavra faz poder e jogo
e transforma as palavras em moeda
como se fez com o trigo e com a terra.

* * *

Instrumento valioso é a palavra, doação Divina para o elevado ministério do intercâmbio entre os homens.

Resultado de notáveis experiências, o homem nem sempre a utiliza devidamente, dominado pela leviandade.

Embora o ser humano, com raras exceções expiatórias, seja dotado do recurso vocálico, somente poucos dele se servem com a necessária sabedoria, de modo a construir esperanças, balsamizar dores e traçar rotas de segurança.

Fala-se muito por falar, matar-se o tempo.

A palavra, não poucas vezes, se converte em estilete da impiedade, em lâmina da maledicência, em bisturi da revolta e golpeia às cegas ao império das torpes paixões.

No entanto, pode modificar estruturas morais, partindo dos ensaios da tolerância às materializações do amor.

Semelhantes a gotas de luz, as boas palavras diluem conflitos, equacionam incógnitas, resolvem dificuldades.

Falando e lutando insistentemente, Demóstenes tornou-se o insigne orador e construtor de conceitos lapidares dos tempos antigos, vencendo a gagueira, qual Webster ante a timidez, nos tempos hodiernos, na América do Norte...

Falando, heróis e santos reformularam os alicerces da idiossincrasia ancestral, colocando alicerces para a era melhor.

Falando, não há muito, Hitler hipnotizou multidões enceguecidas que se atiraram sobre as nações inermes, transformando-as em ruínas, por onde passeavam as sombras dos sofrimentos humanos...

Guerras e planos de paz sofrem a poderosa força da palavra.

De tal forma é importante, que os modernos governantes do mundo, envidando esforços titânicos, modificaram as bases da diplomacia universal, visitando-se reciprocamente para conversar.

A palavra, todavia, deve partir das fontes do pensamento luarizado pelo Evangelho.

Há quem pronuncie palavras doces, com lábios tisnados de fel. Há quem sorria, embora chorando. Há aqueles que falam meigamente, cheios de ira e ódio...

Mas esses são enfermos em demorado processo de reajuste.

* * *

Desculpa a fragilidade alheia, lembrando-te das próprias fraquezas.

Evita censura. A maledicência começa na palavra do reproche inoportuno.

Se desejas educar, reparar erros, não os abordes estando o responsável ausente.

Toda palavra rude, como qualquer censura contumaz, faz-se hábito negativo que culmina por envilecer o caráter de quem com isso se compraz.

Enriquece o coração de amor e banha o cérebro com as luzes da misericórdia Divina e da sabedoria, a fim de que fales, e fales muito, o de que está cheio o coração.

Redação do Momento Espírita com citação do poema Com fúria e raiva, de Sophia de
Mello Breyner Andresen, da obra O nome das coisas e do cap. 35 do livro
Convites da vida, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de
Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 15.10.2009

sábado, 17 de outubro de 2009

Provações abençoadas










Excluindo-se as expiações pungitivas e indispensáveis ao reequilíbrio espiritual, as provações constituem abençoado elenco de experiências iluminativas, graças às quais é possível uma existência digna, avançando no rumo da felicidade.

Normalmente, durante o seu transcurso ocorrem fenômenos de dor e de sombra ajustados ao programa de recuperação moral do ser equivocado ou rebelde.

A dor sempre acerca-se-lhe benfazeja e opera-lhe as transformações interiores que o capacitam a melhor discernir para agir entre o bem e o mal, o correto e o danoso, amadurecendo-o psicologicamente para novos e oportunos empreendimentos libertadores.

O curso existencial é rico de alegrias e de descobrimentos dos tesouros da vida, que proporcionam beleza e motivações múltiplas para os contínuos tentames.

Vez que outra apresentam-se as provações que podem ser consideradas com testes de avaliação do desenvolvimento intelecto-moral, como técnica pedagógica para fixar a aprendizagem, como recurso de promoção para estágio superior.

Bem recebidos esses contributos da evolução, o Espírito enrijece-se nas lutas, adquirindo resistência para os enfrentamentos com as tendências inferiores que periodicamente ressumam do inconsciente, herança poderosa que são do passado, e que necessitam ser liberadas sem qualquer prejuízo.

O hábito, porém, do bem-estar e o natural anelo pelo prazer, assinalam esses momentos de aflição de maneira tão profunda, que passam a ser evocados com maior facilidade do que todo aquele arsenal de alegrias e preciosas conquistas.

Muitos indivíduos desassisados vivem a remoer mentalmente os acontecimentos afligentes, a comentá-los com tanta frequência que dão a impressão de haver sido a sua caminhada uma via crucis sem trégua.

Detêm-se em relatórios amargos dos momentos difíceis, como se fossem anjos perseguidos em sua imácula pureza, num atestado de rebeldia e ingratidão para com o Pai Soberano que os favoreceu com preciosos recursos capazes de anular aqueles pequenos incidentes, aliás, necessários ao processo de autoidentificação e de vinculação de segurança com a Vida.

São tantas as concessões de paz e de saúde, de inteligência e de arte, de pensamento e de trabalho, de convivência agradável com as demais pessoas, que praticamente desaparecem as ocorrências que foram penosas enquanto duraram, deixando benefícios incalculáveis.

Essa postura raia, às vezes, à condição patológica de masoquismo, em face do prazer mórbido de privilegiá-las em detrimento das ocorrências felizes e favorecedoras de alegria.

Esse, sem dúvida, é um comportamento injustificável quando se trata de um cristão em particular ou de um espiritista em especial, por conhecerem ambos as razões morais que desencadeiam tais acontecimentos.

Uma atitude lúcida deve oferecer ao indivíduo o sentimento de gratidão pela ocorrência do sofrimento, chegando até mesmo a amá-lo, em razão dos benefícios que proporciona.

* * *

A admirável senhora Helen Keler, embora cega, surda e muda, viveu em constante alegria, tomando-se uma semeadora de esperança e de bom humor para milhões de outros seres atormentados nas suas expiações retificadoras, havendo dedicado a existência a encorajar o próximo através de memoráveis discursos e livros formosos.

Louis Braille, igualmente padecendo de cegueira, transformou os seus limites em bênção para os companheiros invidentes, criando o alfabeto para o tato, de resultados surpreendentes, que hoje lhe guarda o nome.

Beethoven, em surdez total, utilizou-se do silêncio profundo para compor as últimas sinfonias da sua existência e, particularmente, a 9ª, a coral, considerada como um verdadeiro coroamento da sua obra.

Vicente Van Gogh atormentado pela esquizofrenia, cuja existência foi um fracasso, conseguiu, no entanto, pintar com esmero e realismo, refletindo o seu estado interior. . .

O Aleijadinho, apesar da injunção perversa da hanseníase, transformou pedras em estátuas deslumbrantes, pintando com maestria e tomando-se um artista incomum.. .

Apesar da tuberculose que o consumia, Louis Pasteur prosseguiu nas suas investigações em tomo dos micróbios, oferecendo incalculáveis benefícios à saúde da humanidade. . .

Ninguém atravessa os caminhos humanos isento dos sofrimentos que fazem parte da própria constituição orgânica em face do desgaste a que está sujeita, dos conflitos psicológicos, resultados das vivências passadas, das contaminações que produzem enfermidades, das injunções defluentes da vida na Terra, planeta de provas e de expiações e não paraíso por enquanto. . .

Mulheres e homens valorosos que foram enviados à Terra com limitações e impedimentos quase superlativos, demonstraram a grandeza de que eram portadores, transformando a existência em um hino de alegria, tomando-se missionários do amor e da ciência, da tecnologia, da arte, da fé religiosa, estimulando o progresso e trabalhando em seu beneficio.

Possuidor de mil recursos preciosos, o indivíduo não tem porque queixar-se das dificuldades que o promovem quando enfrentadas com sabedoria e superadas, dando-lhe dignidade e elevação moral.

As provações devem ser abençoadas por aqueles que as experimentam, porque nada acontece que não tenha razões poderosas para a sua ocorrência, e, naquilo que se refere ao sofrimento, é claro que tem ele o papel de educador rigoroso, porém, gentil, indispensável ao crescimento espiritual dos seres humanos.

* * *

Reflexiona, quando nas tuas dores, as ocorrências da vida de Jesus, e compreenderás que Ele, sem culpa, lição viva de amor e de abnegação, experimentou agressões e escárnio, apedrejamento e coroa de espinhos, calúnias e perseguições, culminando na cruz da desonra, sem qualquer reclamação. . .

Naturalmente que Ele não padeceu enfermidades, conflitos e ansiedades porque era puro, jamais havendo-se comprometido com o erro e com o crime, o que é diferente dos habitantes do planeta terrestre que procedem das sombras da ignorância e do primarismo, avançando no rumo da luz imarcescível.

Abençoa, pois, as tuas provações, e sê feliz em todos os momentos da tua vida.



Joanna de Ângelis

Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco,

na manhã do dia 1º de Junho de 2009, em Zurique, Suíça.

Em 21.09.2009.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

C O N J U N T O



Emmanuel evidencia as vantagens de se trabalhar em grupo e em prol do interesse geral.

"Pai aqueles que me deste quero que, onde eu es tiver, também eles estejam comIgo ... "
- JESUS- JOAO, 17: 24.
"Arme-se a vossa falange de decisão e coragem! Mão.a ohra! o arado esta pronto; a terra espera; arai" - Erasto (O Evangelho Segundo oEspiritismo – cap. XX, item 4).


Conjunto

Num templo espírita-cristão, é razoável anotar que todo trabalho é ação de conjunto.
Cada companheiro é indicado à tarefa precisa; cada qual assume a feição de peça particular na engrenagem do serviço, sem cuja cooperacão os mecanismos do bem nao funcionam em harmonia.
Indispensável apagar-nos pelo brilho da obra.

Na aplicação da eletricidade, congregam-se implementos diversos, mas interessa, acima de tudo, a produção da força, e, no aproveitamento da força, a grande usina é um espetáculo de grandeza, mas não desenvolve todo o concurso de que é suscetível, sem a tomada simples.

Necessário, assim, saibamos reconhecer por nós mesmos o que seja essencial a fazer pelo rendimento digno da atividade geral.

Orientando ou colaborando, em determina das ocasiões, a realização mais importante que se nos pede é o esclarecimento temperado de gentileza ou a indicação paciente e clara da verdade ao ânimo do obreiro menos acordado, na edificação espiritual. Noutros instantes, a obrigação mais valiosa que as circunstâncias nos solicitam é o entendimento com uma criança, a conversação fraternal com um doente, a limpeza de um móvel ou a condução de um fardo pequenino.

Imprescindível, porém, desempenhar semelhantes incumbências, sem derramar o ácido da queixa e sem azedar o sentimento na aversão sistemática. Irritar-se alguém, no exercício das boas obras é o mesmo que rechear o pão com cinzas.

Administrar amparando e obedecer, efetuando o melhor! ... Em tudo, compreender que o modo mais eficiente de pedir é trabalhar e que o processo mais justo de recomendar é fazer, mas trabalhar e fazer, sem tristeza e sem revolta, en tendendo que benfeitorias e providências são recursos preciosos para nós mesmos.
Em todas as empresas do bem, somos complementos naturais uns dos outros. O Universo é sustentado na base da equipe. Uma constelação é família de sóis. Um átomo é agregado de partículas.
Nenhum de nós procure destaque injustificável. Na direção ou na subalternidade, baste-nos o privilégio de cumprir o dever que a vida nos assinala, discernindo e elucidando, mas auxiliando e amando sempre. O coração, motor da vida orgânica, trabalha oculto e Deus, que é para nós o Anônimo Divino, palpita em cada ser, sem jamais individualizar-se na luz do bem.