sábado, 24 de outubro de 2009

A CONSTANTE BUSCA






Corre o homem diariamente de um lado para outro.

Desde a aurora até bem depois do pôr do sol.

Passos apressados nas calçadas,
cruzando ruas, olhando sempre o relógio.

Parece sempre atrasado,
à procura de algo muito importante.

Nunca tem tempo para nada.

Está sempre em alerta, como se um
único descuido seu fosse suficiente para
arruinar para sempre a consecução de seus objetivos.

Mas, afinal, o que busca o homem na luta cotidiana da vida?

Para onde dirige seus passos?

O que espera ele encontrar?

Sabe, realmente, o que quer?

Seria por demais simplista dizer que
a resposta para tais questionamentos seja: a busca da felicidade.

Pois, momentos de felicidade permeiam
sua existência, mas são como sopros suaves
de brisa que cessam sem aviso prévio e que passam rapidamente.

Fala-se tanto em felicidade, mas se sabe tão pouco a seu respeito.

Diz-se “estar feliz” quando tudo o que se deseja acontece.

Quando o amor é correspondido.

Quando o dinheiro é suficiente para garantir as compras tão sonhadas.

Quando o emprego almejado é obtido.

Quando um título é alcançado.

Quando tudo parece conspirar para
satisfazer os mais íntimos desejos.

Nessas ocasiões, uma euforia ímpar
toma conta do ser que sai pelas ruas estampando um sorriso largo na face.

Canta e sente uma vontade de erguer os braços aos céus gritando:

“Consegui! Venci!”.

Como se o mundo inteiro tivesse se curvado
às suas necessidades e reconhecido seu valor como pessoa, a partir daquela oportunidade.

Mas isso é apenas uma ilusão.

A fragilidade daquela sensação fará com
que sua duração seja efêmera e, por isso mesmo, por vezes, quase frustrante.

Por pouco, pouco mesmo, sorrisos abandonam rostos até então eufóricos.

O retorno à realidade pode decorrer
da sensação de que a vida continua, não obstante aquela parcial vitória.

A luta continua.

Não pode o homem abandonar o combate
porque novas provas vão se apresentar, novos obstáculos vão surgir.

Outra vez será necessário empenhar esforços para prosseguir na jornada.

Nessas horas, quando o homem percebe
que suas conquistas não lhe garantem
um bem-estar eterno, muitas vezes ele se entrega ao desânimo.

Tem a sensação de que caminha sempre
em direção ao horizonte e que este, por
mais que ande, distancia-se inelutavelmente dele.

Sempre há algo por fazer, por aprender, por conquistar.

Sempre.

Percebe-se o quão verdadeiro é
o ensinamento de que felicidade não é deste mundo.

* * *
O que busca você?

O que seria capaz de fazer estampar em seu rosto um sorriso sincero?

O que você acredita ser suficiente para fazê-lo feliz?

Não se iluda, no entanto, com as promessas enganosas do mundo.

Satisfações materiais não saciam por
muito tempo o corpo, tão pouco a mente que deseja a paz.

Por outro lado, as virtudes adquiridas
ao longo do tempo podem auxiliar concedendo equilíbrio e lucidez.

A consciência tranqüila e a
franca sensação de dever
cumprido permitem que se
repouse a cabeça no travesseiro todas as noites.

São situações em que se pode
desfrutar de felicidade, quando, então,
ela pode ser efetivamente alcançável e duradoura, até mesmo neste mundo.

(Equipe de Redação do Momento Espírita.

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