sexta-feira, 19 de março de 2010

A ESMOLA MAIOR





No estudo da caridade, não olvides a esmola maior que o dinheiro não consegue realizar.
Ela é o próprio coração a derramar-se, sublime, irradiando o amor por sol envolvente da vida.
No lar, ela surge no sacrifício silencioso da mulher que sabe exercer o perdão sem alarde para com as faltas do companheiro, na renúncia materna do coração que se oculta, divino, aprendendo a morrer cada dia, para que a paz e a segurança imperem no santuário doméstico, no homem nobre e reto que desculpa as defecções da esposa enganada sem cobrar-lhe tributos de aflição, nos filhos laboriosos e afáveis que procuram retribuir em ternura incessante para com os pais sofredores as dívidas do berço que todo ouro da Terra não conseguiria jamais resgatar...
No ambiente do serviço profissional é o esquecimento espontâneo das ofensas entre os que dirigem e os que obedecem, tanto quanto o concurso desinteressado e fraterno dos companheiros que sabem sorrir nas horas graves, ofertando cooperação e bondade para que o estímulo ao bem seja o clima de quantos lhes comungam a experiência...
No campo social é a desistência da pergunta maliciosa, a abstenção dos pensamentos indignos, o respeito sincero e constante, a frase amiga e generosa e o gesto de compreensão que se exprime sem paga...
Na via pública é a gentileza que ninguém pede, a simplicidade que não magoa, a saudação de simpatia ainda mesmo inarticulada e a colaboração imprevista que o necessitado espera de nós muita vez sem coragem de alongar-nos qualquer apelo...
Acima de tudo, lembra-te da esmola maior de todas, da esmola santa que pacifica o ambiente em que o Senhor nos situa, que nos honra os familiares e enriquece de bênçãos o ânimo dos amigos – a esmola de nosso dever bem cumprido, porquanto, no dia em que todos nos consagrarmos, ao fiel desempenho de nossas próprias obrigações, o anjo da caridade não precisará desfalecer de angústia nos cárceres da miséria terrena, de vez que a fraternidade pura estará reinando conosco na celeste exaltação da perfeita alegria.


Do livro "Marcas do Caminho" psicografia do medium Francisco Cândido Xavier, ditado por Emmanuel (Espírito).

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