domingo, 13 de dezembro de 2009

NOSSAS MÃOS




Em verdade, há milhares de mãos maravilhosamente limpas no jogo das aparências.
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Mãos que se cobrem de joias valiosas, mas que não se dispõem a partir um pão com o faminto.
Mãos que se agitam, vivazes, na mímica dos discursos comoventes, mas que não descem ao terreno de ação para ministrar uma gota de remédio ao doente.
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Mãos que assinam decretos e portarias importantes na administração pública, recomendando a ordem e a virtude para os governados, mas que não hesitam em desmantelar os bens coletivos que lhes foram confiados.
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Mãos que escrevem páginas admiráveis de literatura, sob a inspiração da gramática, ornada de tesouros artísticos, e que jamais se preocupam com a prática do verbalismo brilhante que produzem.
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Mãos que se movimentam em acervos de moedas e notas bancárias, exibindo poder, mas que não cedem o mais leve empréstimo dos recursos em que se demoram, sem pesados tributos ao irmão que suporta espinhosos fardos em escuros caminhos.
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Mãos que indicam aos outros o roteiro da salvação e que escolhem a senda escura da maldição para si mesmas.
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Realmente, não te esqueças da higiene de tuas mãos, contudo, guarda vigilância para com aquilo que fazes.
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Nossas mãos constituem as antenas de amor que, orientadas pelo Evangelho, podem converter a Terra em domínio de luz.
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Deixa que os teus braços se integrem no trabalho da verdadeira fraternidade e serás, desse modo, o instrumento vivo da Vontade Divina, onde estiveres, em favor do reinado da paz e da alegria para o engrandecimento do mundo inteiro.

Emmanuel (Espírito)

Do liro: Mãos marcadas - Psicografia Francisco Cândido Xavier

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