sexta-feira, 7 de agosto de 2009

OS SINAIS DA RENOVACAO




Ante a assembléia familiar, o Mestre tomou a palavra e falou, persuasivo:
E quando o Reino Divino estiver às por­tas dos homens, a alma do mundo estará re­novada.
O mais poderoso não será o mais desapie­dado e, sim, o que mais ame.
O vencedor não será aquele que guerrear o inimigo exterior até à morte em rios de sangue, mas o que combater a iniquidade e a ignorância, dentro de si mesmo, até à extinção do mal, nos círculos da própria natureza.
O mais eloquente não será o dono do mais belo discurso, mas, sim, o que aliar as palavras santificantes aos próprios atos, elevando o pa­drão da vida, no lugar onde estiver.
O mais nobre não será o detentor do maior número de títulos que lhe conferem a transitória dominação em propriedades efêmeras da Terra, mas aquele que acumular, mais intensamente, os créditos do amor e da gratidão nos corações das mães e das crianças, dos velhos e dos enfer­mos, dos homens leais e honestos, operosos e dignos, humildes e generosos.
O mais respeitável não será o dispensador de ouro e poder armado e, sim, o de melhor coração.
O mais santo não será o que se isola em altares do supremo orgulho espiritual, evitando o contacto dos que padecem, por temer a de­gradação e a imundície, mas, sim, aquele que descer da própria grandeza, estendendo mãos fraternas aos miseráveis e sofredores, elevan­do-lhes a alma dilacerada aos planos da alegria e do entendimento.
O mais puro não será o que foge ao inter­câmbio com os maus e criminosos confessos, mas aquele que se mergulha no lodo para salvar os irmãos decaídos, sem contaminar-se.
O mais sábio não será o possuidor de mais livros e teorias, mas justamente aquele que, embora saiba pouco, procura acender uma luz nas sombras que ainda envolvem o irmão mais próximo...
O Amigo Divino pousou os olhos lúcidos na noite clara que resplandecia, lá fora, em pleno coração da Natureza, fêz longo intervalo e acentuou:
Nessa época sublime, os homens não se ausentarão do lar em combate aos próprios irmãos, por exigências de conquista ou pelo ódio de raça, em tempestades de lágrimas e sangue, porqüanto estarão guerreando as trevas da igno­rância, as chagas da enfermidade, as angústias da fome e as torturas morais de todos os ma­tizes... Quando o arado substituir o carro sun­tuoso dos triunfadores, nas exibições públicas de grandeza coletiva; quando o livro edificante absorver o lugar da espada no espírito do povo; quando a bondade e a sabedoria presidirem às competições das criaturas para que os bons se­jam venerados; quando o sacrifício pessoal em proveito de todos constituir a honra legítima da individualidade, a fixa de que a paz e o amor não se percam, dentro da vida então uma Nova Humanidade estará no berço luminoso do Divino Reino...
Nesse ponto, a palavra doce e soberana fêz branda pausa e, lá fora, na tepidez da noite suave, as estrelas fulgentes, a cintilarem no alto, pare­ciam saudar essa era distante...

Neio Lucio (Espirito)

(Do livro "Jesus no Lar", psicografia do medium Francisco Candido Xavier)

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