terça-feira, 14 de abril de 2009

A Alma Segundo o Espiritismo


Em virtude de sua natureza espiritual, e na condição de estar vivificando um organismo biológico, a alma realiza em cada criatura o encontro entre o humano e o divino.
Como espírito encarnado, o ser humano tem sua dignidade e deve ser respeitado, não obstante a situação em que possa encontrar-se e as faltas que tenha praticado. É um ser em fase de evolução, a caminho do seu aprimoramento, ainda que esteja passando por situações menos dignas.
Na prática, cada pessoa pode conduzir livremente sua vida, procurando praticar o bem e desfrutar condições progressivamente melhores ou optar por uma conduta menos digna para si mesma em relação aos demais seres humanos.
O importante é que, diante desses acontecimentos, a alma participa, consciente ou inconsciente, de todos os atos da vida e as ações boas ou más que tenha praticado são registradas no arquivo perispiritual e se enquadram na Lei de Reciprocidade ou de Causa e Efeito e suas conseqüências, respectivamente boas ou más, retornam para o mesmo ser, nesta vida ou em vidas futuras, porque as existências são solidárias umas com a outras. As boas ações voltam sob a forma de alegria, saúde e bem-estar e as más, como diferentes modalidades de sofrimento.
Nos tempos atuais, há um número crescente de pessoas que procuram dedicar-se à vivência interior por meio de diferentes recursos, como os religiosos, esotéricos, meditação, grupos de estudo, retiro espiritual e práticas orientais, que a par da realização dos seus anseios, podem levar ao reconhecimento da alma.
Nesse mesmo sentido, o Espiritismo incentiva a prática do bem sem limitações, o estudo, a prece e a educação espiritual, que levam à reforma íntima.
Entre os que se dedicam aos estudos orientais é comum a prática da meditação através de uma auto-análise, que consiste em dar um mergulho no seu eu interior, num trabalho lento e gradativo que leva ao reconhecimento de sua própria individualidade. Podem, assim, ser descortinadas suas diferentes qualidades, suas aspirações mais íntimas e encontradas as raízes que levam ao reconhecimento do seu ser.
Dispondo de novas visões interiores, o homem comum começa a reconhecer as peculiaridades de sua alma que, embora possa manter-se aparentemente oculta, manifesta sua própria essência e sua participação em todos os atos da vida humana.
O ser humano vai descobrindo novos horizontes no seu eu interior, reconhecendo que o saber intelectual expressa a sabedoria da alma e que, conduzindo para espiritualidade, leva à sua iluminação.
Reconhece que a intuição é um atributo da alma e embora tenha sido relegada em favor do saber intelectual, está presente em todas as realizações humanas como nas descobertas científicas e demais atividades relacionadas ao conhecimento.
O estudo da alma deixou de ser do âmbito puramente religioso ou teosófico para constituir uma realidade não menos científica.
E embora ainda não possa ser demonstrada pelos recursos materiais, é evidenciada pelos seus atributos, que podem ser cientificamente observados. (...)


Trecho retirado do estudo "Realidade da Alma" realizado pelo Dr. Roberto Bróglio e publicado no Boletim Médico Espírita n° 10, do ano de 1995.

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