O impositivo de fraternidade entre os homens a cada dia mais se faz relevante. Instrumento de paz, a fraternidade é de início, o amor em plena instalação.
Para cultivá-la, no entanto, não há como, senão, abdicar do egoísmo e dos seus múltiplos sequazes, que instalam, incessantemente, balizas de incompreensão e rebeldia, em todos os lugares em que nos encontramos.
Fala-se, discute-se, programa-se, encena-se muito a convivência fraterna, mas se produzem poucos esforços para concretizá-la.
Ninguém cede nos "pontos de vista", nas discussões, mesmo quando o objetivo comum seja elevado e de resultados benéficos para todos.
Muitas vezes o pensamento é unânime e como a forma de apresentá-lo diverge, não se permitem os expositores o exame dos conceitos, com a necessária serenidade, e logo grassam as dissensões. Os olhos se injetam, a voz se altera, a fisionomia se turba, a respiração descompassa e a ira comanda os resultados, gerando ondas de animosidade inconseqüente, nefanda...
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Colocados lado a lado, com os seres humanos, nossos irmãos em jornada evolutiva, eduquemo-nos para viver pacificamente, suportando-nos, uns aos outros, de modo a conseguirmos tolerância recíproca e fraternidade legítima.
Para o tentame, coarctemos a palavra azeda, o verbete ofensivo, a expressão deprimente, evitando o comentário ácido e maledicente que logo produz uma colheita de ofensas e reprimendas.
Madame Rolland, a célebre jacobina da França, ante as arbitrariedades e atentados praticados pelos idealistas e promotores da revolução, proferiu com imensa amargura: "Fraternidade, fraternidade, quantos crimes se cometem em teu nome!"
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Jesus, o Sublime Governador da Terra, para ensinar fraternidade conviveu com as mais díspares pessoas, tolerando-as, ajudando-as, amando-as. E mesmo entre os Seus "chamados", quando grassavam rixas e discórdias, mantinha-se sereno e gentil, para assegurar que o verdadeiro amor se fixa, na razão direta em que a fraternidade se faz ternura, e de modo que o socorro esteja sempre presente, atendendo às necessidades gerais.
Joanna de Ângelis, Lisboa - Portugal, em 29 de julho de 1970
(Livro: Sol de Esperança, Diversos Espíritos/ Divaldo Franco)